Aspecto do olhos: uma das características da doença. Foto: Reprodução
A Secretaria de Saúde confirmou, por meio de nota, o primeiro caso de febre amarela em humano no Distrito Federal neste ano. Notificada em janeiro, a doença foi contraída em território de Brasília e evoluiu para cura. O paciente, segundo a pasta, relatou o início dos sintomas entre 8 e 10 de janeiro, período em que esteve em seu local de trabalho, na Granja do Torto. Além disso, ele não se deslocou para fora do DF nos 15 dias que antecederam o início dos sintomas, o que caracteriza o chamado caso autóctone (natural da região).
Foram feitos três exames no Laboratório Central do DF (Lacen), e amostras foram enviadas, também, para contraprova, ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Em todos os testes o resultado foi positivo para febre amarela. A Vigilância Ambiental promoveu ações na Granja do Torto, como identificação e eliminação de focos do mosquito transmissor (Aedes aegypti) e verificação da existência de circulação de primatas e fez uso de UBV pesado (fumacê), em três ciclos, na época da notificação.
De 1º de janeiro até esta terça-feira (27), a Secretaria de Saúde registrou 29 suspeitas de febre amarela silvestre. Do total, 25 casos são de residentes em Brasília, e quatro, de pessoas de outras unidades da Federação. Dos residentes no DF, 22 foram descartados e um confirmado. Os dois restantes permanecem em investigação. As quatro suspeitas em pacientes de outras unidades federativas foram descartadas. A Secretaria de Saúde ressalta que a cobertura vacinal do DF é alta e que não há motivo para preocupação por parte da população. “Todas as salas de imunização do DF estão abastecidas com a vacina contra a febre amarela”, diz o informe da pasta.
Último surto foi em 2000
Em 2000 houve o surto mais grave de febre amarela no Distrito Federal, com 40 registros — 38 deles de moradores de outras unidades da Federação, mas diagnosticados no DF. Já em 2008, foram 13 diagnósticos da doença. Após esse período, não houve mais infecção por febre amarela em residentes na capital federal. Em 2015, as regiões administrativas anotaram três pacientes procedentes de outras localidades, dos quais dois morreram. Ao longo de 2017, foram investigados 86 casos suspeitos de febre amarela em moradores locais. Desses, 83 foram descartados, três foram confirmados e evoluíram para óbito. Das confirmações, apenas um foi autóctone.
Vacinação
A pasta informa que precisam ser imunizadas crianças a partir de 9 meses e adultos de até 59 anos. Gestantes, mulheres que amamentam crianças de até 6 meses, pessoas com imunossupressão e aquelas com mais de 60 anos só devem se vacinar mediante avaliação médica criteriosa.
A rede pública do DF está abastecida com as doses, e cada pessoa deve tomar apenas uma aplicação durante toda a vida, segundo orientação do Ministério da Saúde. A vacinação é feita nas unidades básicas de saúde.
Casos de dengue, chikungunya e zika
Segundo boletim epidemiológico divulgado hoje pela Secretaria de Saúde, foram registrados 368 casos prováveis de dengue neste ano. Desses pacientes, 351 residem no DF, e 17, em outras unidades federativas.
A maioria dos pacientes (40,17%) tem de 20 a 49 anos. As regiões administrativas com maior incidência em fevereiro foram Itapoã, Paranoá e Planaltina. Não houve registro de óbitos. A pasta contabilizou, ainda, 12 casos prováveis de febre chikungunya e 6 de doença aguda pelo vírus da zika.