Duas entidades de envergadura se encontram em conflito declarado, à medida que o debate sobre a cobrança de juros no crédito rotativo ganha volume. De um lado, a Febraban, federação que representa os bancos que atuam no Brasil, que defende a cobrança dos juros sob a justificativa da alta inadimplência, principalmente em virtude das vendas parceladas. Do outro, a Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, que receia que o fim da venda parcelada cause impactos irreversíveis no segmento.
A disputa chegou ao ponto da Febraban acionar o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – Conar, para retirar do ar uma propaganda, promovida pela Abrasel, que defende o parcelamento sem juros no cartão de crédito. Anteriormente, já havia acionado o conselho para barrar um comercial da Associação Brasileira de Internet (Abranet) sobre o mesmo assunto. A entidade dos bares e restaurantes reagiu de imediato: iniciou uma campanha em massa direcionada ao Ministro da Justiça, Flavio Dino, acusando a Febraban de censura.
O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, vem reiteradamente criticando os juros cobrados no crédito rotativo, que chegam a R$ 140 bilhões de reais por ano. Porém, ele considera que o fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito não pode ser usado como moeda de troca para a redução do juro mensal.