Fakes news temperam as movimentações partidárias
Chico Sant’Anna
Março é crucial no calendário eleitoral. É quando ocorre a migração de políticos, sem que sejam penalizados pelos partidos de origem. E a debandada tem sido marcada por muitas fake news, especialmente nas bases partidárias de Jair Bolsonaro (PL) e Ibaneis Rocha (MDB).
Na semana que passou, postagens em blogs simpáticos a um e a outro lado apontavam rumos diferentes para a deputada Flávia Arruda (PL). Uns garantiam que ela tinha acordado com o presidente da República de ser candidata ao Senado, coligada à reeleição de Ibaneis. Outros davam conta de que ela seria candidata ao GDF, o que colocaria em risco a permanência do atual governador.
União BR
Mesmo tiroteio de informações contraditórias ocorreu na escolha do comando do União Brasil – fusão do DEM com o PSL – no DF. Na terça-feira (15), diferentes notícias davam como certa a indicação de Manuel Arruda (aliado do ministro da Justiça, Anderson Torres) e do coronel Alberto Fraga como presidente da nova sigla. Fraga acordou lendo o noticiário de que havia perdido para o grupo palaciano, mesmo contando com as bênçãos do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. E foi à luta encarar os caciques do UniãoBR.
À coluna, disse que foi surpreendido pela informação e questionou a veracidade dela. Disse que há um acordo nacional de que, em Goiás e no DF, a designação da direção é competência do governador goiano, Ronaldo Caiado. Na reunião com os caciques do UniãoBR, disse não haver legitimidade na indicação de Arruda, pois as regras internas estabelecem que um conselho formado por antigos representantes do DEM e do PSL é que formalizará as direções regionais.
No caso de Arruda – informa Fraga – a definição do nome foi de Antônio Rueda, vice-presidente nacional, para atender o desejo do ministro Anderson Torres.
Novos rumos
A confirmação de Manuel Arruda no comando no DF significa reforço à candidatura de Ibaneis ao Buriti. Fraga negocia a filiação do senador Reguffe (Podemos) e diz que o apoiará, caso ele saia candidato. A permanecer Arruda na presidência do UniãoBR, Fraga pretende ir para o PL. Em 2006, quando José Roberto Arruda, marido de Flávia, se elegeu governador, Fraga foi secretário de Transportes.
Nessa história com tanta Arruda, quem vai ficar com mau olhado é Reguffe. Quanto mais o senador demora em suas definições, menos escolhas tem para optar.
Leia no blog Brasília, por Chico Sant’Anna