Um suposto jantar com Eduardo Pazuello – que, em verdade, nunca existiu – continua repercutindo na CPI da Pandemia, causando prejuízos à imagem do advogado Marcos Tolentino. A falsa notícia, publicada pela revista Piauí, motivou inclusive uma Queixa-crime por calúnia, injúria e difamação contra os autores da matéria (veja abaixo os dados da ação judicial).
Mas, como o assunto voltou a ser citado na CPI no último dia 19, pelo senador Tasso Jereissati, como se verdade fosse, Tolentino encaminhou uma carta com esclarecimentos ao parlamentar. “Além de tratar-se de informação inverídica, visto que jamais ocorreu o aludido jantar, a afirmação atinge diretamente a minha honra”, escreveu Tolentino. Muito provavelmente induzido pelas falsidades da matéria jornalística, Jereissati repetiu a fake news, ou seja, a ocorrência fantasiosa de um evento (jantar com empresários e autoridade pública) onde se insinua a tratativa de negociações nebulosas.
Tanto é verdade a inexistência deste jantar que a matéria da revista Piauí é objeto de Queixa-crime (processo nº 0726668-60.2021.8.07.0001), contra a jornalista autora do texto e o editor da publicação, que tramita na 1ª Vara Criminal de Brasília, distribuída em 30 de julho último. “Essas afirmações atingem minha honra, sobretudo no contexto em que foi proferida, de investigações sobre supostas irregularidades na negociação de vacinas, em sessão pública e transmitida em tempo real pela TV Senado e outros canais de comunicação”, afirma Tolentino.
Cobertura em São Paulo – Outra inverdade que foi debatida na mesma sessão da CPI que ouviu o presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, diz respeito a permissão de entrada no imóvel (uma cobertura em Campo Belo/SP) que supostamente seria concedido por Tolentino a Maximiano.
“A verdade é exatamente o contrário”, afirma Tolentino. Na realidade o imóvel foi alugado por Maximiano e cedido a um dos diretores da empresa dele. Como o aluguel não vinha sendo honrado, o locador ingressou com uma ação de despejo contra Maximiano. Como advogado, Marcos Tolentino passou a defender Maximiano na ação de despejo e, por isso, recebeu autorização para ingressar no imóvel.
Tudo está documentado, inclusive no contrato de locação do imóvel. “A partir da ação de despejo, tendo eu obtido uma autorização para ingressar no imóvel, estive lá em raras oportunidades, por ocasião da atuaçao do meu escritório jurídico na causa”, afirma Tolentino. Isso foi em 2018, portanto muito antes dos fatos em apuração pela Comissão Parlamentar.
Marcos Tolentino requereu ainda que o senador Jereissati reconsidere as afirmações equivocadas que repetiu na CPI que, além de atingirem a sua honra, contribuem para a propagação de fake news e o embaraço das investigações da Comisão Parlamentar de Inquérito.