Malharias alegam que GDF quer estatizar o setor de confecções da cidade
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O setor de confecções do DF é formado em sua maioria por micro e pequenos empresários. Em dezembro 2013, a decisão do governo de doar uniforme aos alunos de escola pública prejudicou mais de cem empresários que faziam confeccionava-os há mais de vinte anos. A atividade gerava, segundo a Associação de Confecções do Polo de Moda do Guará II, cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos. Sidney Graciano possui uma malharia no Gama e foi um dos pequenos empresários prejudicados. “A empresa possuía dez funcionários, na época de confecção dos uniformes chegávamos a treze colaboradores. Hoje em dia trabalho, no máximo, com seis”, afirma o empresário.
No ano letivo de 2015, iniciado na segunda-feira (2), as pequenas confecções voltaram a ser lembradas pelos pais e alunos. O diretor de uma escola no Gama, que preferiu não se identificar, conta que, este ano, os uniformes chegaram sem controle de quantidades, numerações ou estoque. “Algumas camisetas ficaram imensas, outras são tão pequenas que não entram em nenhum estudante”, relata. Sendo assim, as vendas das confecções subiram 40% com relação a 2014, segundo os próprios comerciantes. “Mas ainda não conseguimos nem empatar”, lembra Graciano.
Levantamento feito pela Associação Comercial de Taguatinga (Acit) mostrou que o custo de uma camiseta produzida pela Fábrica Social pode chegar a R$ 70. Já as empresas locais vendem a mesma peça pelo valor unitário de R$ 12 a R$ 15. De acordo com o presidente da Acit, Justos Magalhães, o valor é “exorbitante para uma fábrica que deveria servir de centro de treinamento para fornecer mão de obra especializada ao mercado”.
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Produção
A Fábrica Social é, de longe, a maior confecção do Distrito Federal e região. São 514 máquinas de última geração, alocadas em um espaço preparado e com mão de obra qualificada não só para executar o serviço quanto para ensinar qualquer pessoa a costurar. Os Capacitandos, em treinamento na fábrica, ficam por dois anos. Podem receber até R$ 2 mil por mês, de acordo com sua produção. “A concorrência é desleal. Somos todos pequenos empresários que estão neste ramo há muito tempo”, afirma a empresária Neusa.
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