Miguel Setembrino Emery de Carvalho (*)
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Quando a gente tenta virar o pensamento em outras direções, buscar novos ares mentais mais frescos, arejados e límpidos, eis que vem a realidade nos esbofetear e nos trazer de volta ao pesadelo diuturno em que se converteu viver e trabalhar no Brasil.
O parágrafo acima não incorre em exagero, tampouco reles figura de retórica. Trata-se de constatação cruel e irrefutável de que, se existe uma luz no fim do túnel, essa luz acaba de ser cortada pelo motivo de insolvência moral da (des) governança que nos cerca e aflige.
A vergonha alheia é tamanha, que mesmo os homens e mulheres de bem – a esmagadora maioria de nossa gente – não conseguem se olhar nos olhos sem esboçar um sorriso amarelo, manchado pelas peripécias escabrosas dessa malta inescrupulosa que pisoteia a ética sem dó.
Parece que não há limite – material ou moral – que não tenha que ser extrapolado nessa vertiginosa descida ao fundo mais fundo do esgoto mais asqueroso. A pusilanimidade, a covardia, a velhacaria, a calúnia e a farsa foram elevadas à categoria de arte maligna por essa súcia que só enxerga como fim a sordidez de seus propósitos.
Aos que ainda tentam defender o indefensável, seja em nome de qual razão for, não custa lembrar que muito mais que a ruína financeira de instituições pertencentes ao Estado e ao povo brasileiro, esses mensageiros do apocalipse (sem exageros), macularam o amor próprio e o orgulho de toda uma Nação.
Mas, se Deus quiser, e a Justiça há de prevalecer, esses crimes serão severamente punidos!
(*) Advogado e vice-presidente da Fecomércio-DF