As denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet bateram recorde em 2023. Foram 71.867 queixas, o maior resultado já registrado pela ONG Safernet na série histórica iniciada em 2006. Na comparação com 2022, houve alta de 77,1%, segundo os dados divulgados na terça-feira (6). A organização, que defende e promove os direitos humanos na internet, aponta três fatores principais para o aumento das denúncias de imagens de abuso e exploração sexual de menores de 18 anos.
O primeiro envolve as demissões em massa realizadas pelas big techs(multinacionais que dominam o mercado de tecnologia e informação), que atingiram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de plataformas; a proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes; e o uso de Inteligência Artificial para a criação desse tipo de conteúdo.
As violações de direitos humanos ou crimes de ódio na internet (xenofobia, tráfico de pessoas, intolerância religiosa, neonazismo, apologia a crimes contra a vida, racismo, LGBTfobiae misoginia) também foram recorde. Em 2023, a Safernet recebeu 101.313 denúncias. Em relação ao ano anterior, os registros de xenofobia aumentaram 252,25%, enquanto os de intolerância religiosa, 29,97%. De acordo com a ONG, o crescimento desses dois crimes está atrelado à guerra no Oriente Médio.