As notícias que vêm das áreas exclusivas para pacientes de covid-19 não são todas desanimadoras. Após 3 meses de pandemia, os médicos já criaram um protocolo para o tratamento da doença e têm uma lista de remédios ministrados de acordo com o quadro de cada um. O índice de pessoas recuperadas tem crescido.
A principal recomendação é evitar internações prolongadas para que não haja superlotação dos leitos. Isso reduz, também, a propagação do vírus. Por isso, algumas vezes, pacientes recebem alta e precisam retornar ao hospital.
“É um risco, de fato. No entanto, a maioria deles completa a recuperação em casa sem maiores problemas”, atesta um médico. De qualquer forma, nos casos mais graves, a média de permanência na UTI é de 30 dias.
Pela experiência adquirida nos últimos 90 dias, os profissionais que trabalham com pacientes da covid-19 têm ministrado, na fase inicial da doença, medicações com zinco, vitamina D, o antibiótico Azitromicina e Predinisolona.
Na fase inflamatória, o protocolo recomenda manter a Azitromicina e acrescentar Cinforo (outro antibiótico), além do corticoide Dexametasona e do anticoagulante Xarelto. O corticoide combate o excesso de anticorpos produzidos pelo organismo para enfrentar o novo coronavírus.
Outro procedimento que tem apresentado bons resultados é o uso da “bombinha” com dilatadores das vias respiratórias superiores indicada para portadores de asma. “São todos experimentos que fazemos visando a aliviar o sofrimento das pessoas. É muito bom quando o resultado é positivo, mas, até o momento, nenhum deles tem comprovação científica”, pondera o chefe de UTI.
O uso de spray nasal coincide com experiências que vêm sendo feitas por cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Eles estudam a possibilidade de a imunização para a covid-19 ser feita com a “bombinha”, em vez da aplicação de uma injeção, por exemplo. Os testes da vacina, a mais promissora até o momento, estão em fase avançada, e vem sendo realizados com a participação de 2 mil voluntários brasileiros.
No melhor cenário, a vacina deve ser anunciada de outubro a dezembro deste ano. Os cientistas avaliam se a imunização das mucosas, camadas de tecido epitelial que revestem os órgãos, seria uma estratégia eficiente. Ao administrar a vacina em pontos como o nariz, a imunização “treinaria” o tecido para identificar o novo coronavírus, impedindo o avanço da infecção pelo corpo. O procedimento é usado em crianças em vacinas contra o vírus influenza.