A burguesia sempre se orgulhou de alardear a forma de educar seus filhos, que ela chama de “educação de berço”. Não obstante, fica a dúvida: existe mesmo essa tal educação de berço? Se existe, por que não a vemos em muitos membros dos nossos parlamentos, das empresas, do Judiciário, do Executivo com muitos deles presos ou processados por corrupção? Para onde foi a tal “educação de berço”, já que a maioria veio da burguesia?
Na verdade, os pais burgueses querem mostrar uma importância que não têm. Por possuírem dinheiro, acham que isso os torna superiores. Mas o que ensinam os pais burgueses aos seus filhos? Que o trabalhador é escravo e o pobre é lixo? Que pobre tem que permanecer pobre para trabalhar pra eles ganhando migalhas? Que tudo de bom é somente pra eles? Que odeiam o trânsito congestionado porque os pobres melhoraram de vida e compraram carros populares? Que quando morre um filho esbravejam e xingam perguntando ‘por que comigo?’, como se fossem especiais? Que acham que um sobrenome ou a cor branca os faz superiores?
É essa visão discriminatória, exclusivista e excludente que passam para os filhos que chamam educação de berço? Obrigado, mas jamais aceitaria vir à Terra para receber tal deseducação . Ah, coitados! Por que será que Jesus afirmou que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus? Por que será que Deus não os recompensa por darem a tal ‘educação de berço’ aos filhos?
Educar, verdadeiramente, é acender a luz da bondade e da justiça no coração dos filhos, e isso só é possível quando se pode dar bons exemplos, por ter uma vida pautada na ética, na justiça e na solidariedade. Esta é a verdadeira Educação de Berço. Ela não depende de dinheiro, e a encontramos mais frequentemente em pessoas que vieram das classes pobre e média.
Pais são educadores, ou deveriam sê-lo. Nesse sentido, cabe a pergunta do educador Paulo Freire: \”quem educa o educador?\”. Ele mesmo, pela consciência de que educação é um processo permanente e que se deve melhorar continuamente para melhorar a educação dos filhos.