O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse na terça-feira (4) que seria “inaceitável” se fosse confirmada a denúncia de que membros do Exército têm um esquema de “interceptações telefônicas ilegais”, direcionadas a integrantes do governo que negociam acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
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Uma reportagem da revista colombiana Semana, indicou um lugar em Bogotá, em que membros do Exército fariam as interceptação telefônica dos negociadores. Santos disse acreditar que pode haver “forças obscuras” por trás do escândalo, e pediu ao Ministério da Defesa uma investigação aprofundada.
No local registrado como restaurante, a revista fez fotos de 10 computadores e equipamentos de interceptação. Há também uma porta camuflada. A reportagem disse que um dos responsáveis se identificou com documento falso, mas, depois, admitiu trabalhar para a área de inteligência militar.
“Precisamos saber se há rodas soltas na engrenagem do Exército, e porque isto está acontecendo”, afirmou o presidente colombiano. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, ordenou uma investigação.
A imprensa chama o caso de “as novas chuzadas (grampos)”, como foi denominado um escândalo, em fevereiro de 2009, quando foi revelado que o extinto Departamento Administrativo de Segurança (DAS) mantinha interceptações ilegais em linhas telefônicas de jornalistas, políticos e magistrados.
O caso ocorreu durante o governo de Álvaro Uribe. Na época, Juan Manuel Santos era ministro de Defesa. A investigação comprovou que funcionários do DAS participaram do esquema.
Em campanha eleitoral para as eleições parlamentares em março e presidenciais em maio, Juan Manuel Santos disse que investigará as denúncias. O ex-presidente Álvaro Uribe, candidato ao Senado, afirmou “ser vítima de escutas ilegais”.