O ex-secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo Filho, não fez o juramento de dizer a verdade ao responder todos os questionamentos dos senadores e disse que vai seguir os limites do habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele negou ter relações com Kennedy Braga e negou a existência de uma sala de lobby durante sua gestão. Braga é apontado como lobista que teria atuado dentro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
— Não existiu esse fato de empresário lobista ter gabinete ao lado do meu — disse Araújo.
O ex-secretário disse não conhecer Francisco Maximiano, sócio-proprietário da Precisa Medicamentos. O depoente negou que a empresa tenha apresentado proposta fora do prazo de licitação para compra de testes rápidos para detecção da covid-19.
Francisco Araújo Filho disse ter seguido o trâmite determinado pela secretaria, tendo cancelado um processo de compra de 50 mil testes pela Precisa e depois reaberto, para a aquisição de 300 mil unidades, em licitação na qual participaram sete empresas.
— Tenho minha consciência tranquila e em paz que não tem e nem terá minha digital em nenhum só lugar em relação com a empresa Precisa.
Testes anticovid foram comprados por empresa de brinquedos
O senador Reguffe (Podemos-DF) apresentou auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta indício de irregularidade na escolha de uma empresa de brinquedos, a Luna Park Brinquedos, para aquisição de testes para detectar covid-19, durante a gestão de Francisco Araújo. Segundo o senador, a empresa também não teria ofertado o produto com o menor preço no processo.
O ex-secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho respondeu que não era papel dele “verificar nome social” e que outras 10 empresas participaram do certame. Durante o processo, disse Francisco, empresas que entraram com menor preço, na hora da compra não tinham o produto disponível e o governo teve que recorrer a outra oferta.
Preso em agosto – Respondendo sobre sua prisão em agosto, na Operação Falso Negativo, do Ministério Público do Distrito Federal, Francisco Araújo reiterou a defesa de sua gestão:
— Durante cinco meses que estive à frente da Secretaria de Saúde, recebi vários políticos preocupados com a covid-19. Fui bombardeado com mais de 270 ofícios do Ministério Público, sofri três buscas e apreensões. A terceira culminou com a prisão da cúpula [da secretaria]. No meio disso saímos para a menor letalidade do país, oxímetro em todas as unidades básicas, maior cobertura de leitos…
O depoimento segue nesta tarde, na CPI da Pandemia, no Senado Federal.
Fonte: Com informações da Agência Senado