Engraçado, por acaso estava aqui revendo nossas últimas mensagens, nossas últimas fotos, nossos momentos que ficaram gravados em mim. Estávamos tão bem, tão entrosados, e ainda não entendo como chegamos nesse desencontro enorme que ficou, do dia pra noite, como se fosse tão fácil partir e ir embora. Como se para sair bastasse abrir uma porta e não fosse necessário atravessar um coração.
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Fiquei nas primeiras horas me perguntando se era só desinteresse, se não combinamos nossos planos, se as nossas metas partiam em direções opostas, se as nossas intenções foram tão conflitantes que explodiram ao se chocar, causando esse profundo buraco no meio do nosso encontro.
Talvez a gente não tenha se ganhando para vida, ainda que tenhamos sido cúmplices de diversas horas seguintes. Talvez não tenha ficado o suficiente para manter as fortes emoções. Talvez o amor não tenha sido arrebatador, ainda que venha sendo o ponto fraco dos meus tropeços. Venho caindo sempre, de tanto esbarrar em nós.
Talvez você tenha encontrado um novo destino, nos tirado do caminho, mudado a rota do seu coração como se o vento tivesse soprado para um novo lugar. Mas hoje me peguei aqui, te encontrando nas nossas recordações, me deparando como o que restou e que nenhuma despedida seria capaz de desmanchar.
Descobri que o amor, às vezes, é um silêncio que perdura após a hora partida. Tudo se cala, ainda que muito se possa dizer. Tudo vira adeus, ainda que permaneça em nós. Tudo inexiste, ainda que nos preencha em lembranças que o tempo não é capaz de esvaziar.
Eu me lembrei de você, amor, com o azar de quem relê uma conversa boa numa noite fria. Com a má sorte de quem se lembra do amor que fomos, diante da ausência que passou a ocupar o seu lugar. Com o azar de quem fechou os olhos ao te ver partir e descobriu que olhar para dentro é forma mais dolorida de te encontrar.
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