Da Redação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de evento de pré-campanha à Presidência em Brasília, nessa terça-feira (12/7). No Centro de Convenções Ulysses Guimarães, sob forte esquema de segurança, Lula e outros dirigentes partidários discursaram contra a violência política. Os organizadores estimam que oito mil pessoas estiveram presentes.
“Estão tentando fazer das campanhas eleitorais uma guerra. Estão querendo dizer que tem uma polarização criminosa. É interessante, porque o PT polariza as eleições para presidente desde 1994”, enfatizou Lula, no primeiro ato público após o assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR).
“Não tenho nenhuma história, nenhum sinal de violência em todas as campanhas que eu participei. Mesmo quando eu perdi do (Fernando) Collor. Eu voltei para casa cada vez em que fui derrotado. Lamentava ter perdido as eleições e me preparava para outra disputa. Nunca, em nenhum momento, falei de violência em campanha”, afirmou.
Ainda, o ex-presidente fez um apelo a seus apoiadores para que não revidem os casos de violência. “Não quero ver ninguém aceitando provocação. São três meses em que vamos nos multiplicar nas ruas. Vamos continuar fazendo passeatas. Vamos ter de dar uma lição de moral que nem o (Mahatma) Gandhi deu”, afirmou. “Nós não precisamos brigar, a nossa arma é a nossa tranquilidade. Nós não temos de aceitar provocação. Se alguém provocar vocês, mande morder o próprio rabo.”
O tema da violência política foi um dos pontos centrais do evento. Na abertura, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, pediu um minuto de silêncio pelos mortos por motivos políticos, como destacou, citando Marielle Franco e Anderson Gomes; o capoeirista Moa do Katendê, morto a facadas em 2018 após declarar que votaria em Lula; o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips; e Arruda.
O ato de ontem ocorreu em local fechado, com rígido controle dos participantes e forte esquema de segurança. O público teve de se cadastrar previamente e os presentes também passaram por detectores de metal. O rigor no controle das entradas, inclusive, provocou longas filas.
Lula foi além, não só culpou o chefe do Executivo pela violência, mas o responsabilizou pelas mortes em decorrência da covid-19. “Se o Bolsonaro quiser visitar as pessoas pelas quais ele é responsável pela morte, ele vai ter muita viagem. Ele é uma pessoa com comportamento desumano. É uma pessoa do mal”.
O pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), em seu discurso disse “Bolsonaro, não é que ele não confia na urna eletrônica, ele não confia é no voto do povo. Ele sabe que não merece o voto para um segundo mandato”, disse. O ex-governador também citou os episódios de violência. “Presidente Lula, seu slogan é coragem e esperança. Coragem porque eles não vão nos aterrorizar.”
Também foi lançada a chapa da coligação no Distrito Federal, com o deputado distrital Leandro Grass (PV) concorrendo ao Palácio do Buriti e a diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) Rosilene Correa (PT) ao Senado.O palanque no DF é particularmente desafiador e estratégico para Lula. As pesquisas de intenção de voto mostram empate técnico entre o petista e Bolsonaro.
Antes desse evento, Lula esteve com o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros.
Com informações do Correio Braziliense.