Quando era questionado sobre algo que havia falado dias antes, o psicólogo indu J. Krishnamurti advertia: “Não diga que eu disse isto; diga que você entendeu assim”. “Escutar é tão importante que deveria existir cursos sobre escutatória”, ensinou o escritor Rubem Alves.
Há pessoas que deturpam o que escutam porque não escutam de verdade; escutam pensando noutras coisas, julgando, impacientando-se. Assim, quando retransmitem, o fazem sem fidelidade.
Durante muito tempo, um programa de humor ironizava a personagem Ofélia que, por não saber escutar, deturpava o que ouvia.
Napoleão Bonaparte sabia muito bem desta deficiência humana, e quando dava uma ordem pedia para que o subordinado a repetisse para ter certeza de que ele não incorreria em erro.
No momento em que o escutador discorda, mentalmente, de algo que está sendo falado, perde, imediatamente, a capacidade de continuar escutando.
Por isso, Jung ensinava: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Na verdade, ele estava referindo-se: ao escutar o paciente.
Carl Jung, escutava com tanta atenção e empatia que uma senhora americana, ao consultar-se com ele e voltar ao para os Estados Unidos, obrigou o marido a ir fazer uma consulta com ele.
O Apocalipse ensina: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vitorioso, darei o fruto da árvore da vida que está no paraíso de Deus”.
Jesus, de forma semelhante, ensinava: “Ouça, quem tiver ouvidos de ouvir”. Jesus queria que as pessoas escutassem com interesse, com atenção, desarmadas, sem julgamento, sem impaciência.
“Às vezes, só precisamos de alguém que nos ouça. Que não nos julgue, que não nos subestime, que não nos analise. Apenas nos ouça. Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando estou mansidão e ternura. Quando estou contemplação e respeito”.