O escritor e jornalista taguatinguense Anderson S. Almeida, autor do livro Fumaças Bailarinas no Salão da Liberdade, vai representar o Distrito Federal na 20ª Bienal do Livro Rio, de 3 a 12 de dezembro, no Centro de Convenções Riocentro, na Barra da Tijuca. A Bienal é considerada o maior festival literário da América Latina.
O autor vai participar de uma sessão de autógrafos no domingo (5), às 14h30, no estande da editora carioca Autografia. Fumaças Bailarinas no Salão da Liberdade chegou a ocupar a posição de livro mais vendido na categoria “humor ácido” da Amazon. Lançada no fim de 2019, não teve pôde ser exposto na Bienal de 2020, cancelada devido à pandemia da covid-19.
Virada de chave
Inspirado sobretudo em autores da Geração Beat (Jack Kerouac, William S. Burroughs), o livro é a estreia do escritor no romance, que anteriormente havia publicado a coletânea de poemas Reflexos da Lua Sobre o Sol (2014).
“Depois dos últimos dois anos, participar da Bienal será uma virada de chave para a expectativa de dias vindouros e mesmo uma guinada à criatividade, pois participar de uma Bienal, como autor, após um período tão complexo, é formidável e enche qualquer um de esperanças e energia”, afirma Almeida.
Tapa na cara dos tradicionais costumes
Fumaças Bailarinas no Salão da Liberdade é uma enérgica crítica social. Anderson S. Almeida apresenta um mundo onde muitos admitem o anseio de fugir da realidade bruta, o que gera diversos choques, sobretudo sociopolíticos. “Trata-se de um livro para quem tem estômago forte, uma obra que funciona como um tapa na cara dos tradicionais costumes”, diz o escritor.
A narrativa se desenvolve num futuro não datado, dentro de uma sociedade que passou por diversas modificações culturais e morais. “O cenário é um período transitório entre um contexto político de combate às drogas para uma era de liberação total de narcóticos. Em seguida, ocorre o retorno à ideologia conservadora de outrora”, explica Anderson.
Sinopse
A sinopse do livro descreve o contexto como um momento em que “toques de recolher não são mais necessários, programas infantis de incentivo ao consumo de entorpecentes são retirados do ar e juízes deixam de tomar ayahuasca para convocar mortos como testemunhas em julgamentos”.
“Em um salão de liberdades promíscuas, um viciado em drogas inconsequente, um judeu golpista, um decadente jornalista e uma jovem que nutre um carinho mais que especial por crianças e animais se unem na tentativa de ajudar um amigo rapper suspeito de assassinar, a sangue frio, uma garota de programa”.
Genética impressa no papel
Uma das características do livro é a técnica de escrita adotada e as distribuições dos capítulos, narrados por personagens diferentes. Para produzir a obra, o autor conta que buscou criar um estilo exclusivo para cada personagem, fazendo com que o leitor, ao passar a vista na página, logo identifique quem está ali se comunicando com ele.