A grande incidência de escorpiões nos últimos meses assusta os moradores de Taguatinga. Os aracnídeos causam medo, pois sua picada causa muita dor, e em alguns casos, pode ser mortal para a vítima.
O período chuvoso é um convite para que os animais adentrem as residências, principalmente se houver entulhos, restos de materiais de construção, frestas em paredes e muros, caixas de esgoto, de telefone, de luz, ou até mesmo tubulações servem de esconderijo para eles.
Esses locais oferecem condições favoráveis à sobrevivência: umidade, temperatura, luminosidade e alimento abundante (baratas). Além disso, praticamente não existem predadores naturais no ambiente urbano. Outro fator é a peculiar forma de reprodução assexuada, que dispensa o acasalamento, garante o sucesso na proliferação durante todos os meses do ano, o que faz dos escorpiões praticamente uma importante praga urbana.
A professora Vera Simões, moradora da QSB, em Taguatinga Sul, relata que somente em novembro, capturou três escorpiões, que guarda num pote com água: “O vidrinho está em casa com três guardados, os outros 15 anteriores que peguei desde o início do ano eu já joguei fora”.
Ela conta que vizinhos e parentes moradores da região também já encontraram em suas residências, mas não sabem como agir. “No prédio onde morava meu pai, o Edifício Angra dos Reis, o zelador, Sr. Francisco foi picado”, conta. Para agravar ainda mais a situação, ele foi levado para o Hospital Regional de Taguatinga, mas, segundo Vera, “não tinha o soro”.
A comerciante Tatiana Barros, proprietária de um armarinho na C8, em Taguatinga Centro, conta que por causa dos escorpiões, foi “obrigada” a dedetizar a loja, pois os telefones da Vigilância Sanitária não atendem, o que custou à empresa R$ 200,00.
“Nem os funcionários e nem os clientes podem ficar sujeitos a este risco”, explica. Para Tatiana, o próximo investimento será colocar telas nos ralos para impedir a passagem dos animais para o interior do estabelecimento.
Outro empresário da região, Júlio Leonardo, diz que faz dedetizações em sua loja quinzenalmente. “O meu ramo não me permite falhar, se um bicho desses aparece aqui, eu perco meus clientes”, avalia o dono de lanchonete.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a “Vigilância Ambiental monitora a distribuição temporal e espacial da população de escorpiões e de acidentes, além de promover em todo o DF ações de prevenção e controle. O atendimento à população é feito por demanda passiva, ou seja, a população aciona o serviço de saúde (telefone: 2017-1343) para que as providências sejam tomadas.
Em caso de picada de escorpião ou de qualquer outro animal peçonhento, o Centro de Informações Toxicológicas dá as primeiras orientações. O número para contato é: 0800 644-6774.