Festival da Cultura Afrobrasileira e indígena no Centrinho – Foto: Deva Garcia
Letícia Sallorenzo
O Centro Infantil 01 de São Sebastião foi uma das 36 escolhidas dentre mais de 700 concorrentes no Prêmio Educar 2022, realizado em São Paulo, no dia 19 de outubro. A escola foi indicada na categoria Educar com Equidade Racial e de Gênero por realizar, desde 2013, o Projeto e Festival de Valorização da Cultura Afrobrasileira e Indígena.
Educadoras representantes da escola destacaram a importância da luta antirracista na educação pública. Cleyde Cunha Sousa, gestora do “Centrinho”, como é carinhosamente conhecida a escola, está exultante. Ela conta que as duas coordenadoras pedagógicas da escola, Lediane Corado Costa e Francineia Alves da Silva, se inscreveram no prêmio por incentivo da professora substituta Bárbara Pias, que é mestranda da UnB.
“Represento aqui uma escola da periferia do Distrito Federal e agradeço a premiação pela importância da luta antirracista na educação pública nas nossas comunidades”, afirmou Francineia. Cleyde conta que o projeto é desenvolvido desde 2013, e muitos profissionais colaboraram em sua construção: “É um projeto de todo um coletivo. Esse prêmio representa cada um que já passou pela escola”, alegra-se.
Culturas afrobrasileira e indígena
O Festival da Cultura Afrobrasileira e indígena, realizado anualmente no Centrinho, tornou-se referência tanto pela profunda pesquisa realizada pelas professoras e professores quanto pelo acesso que as crianças têm a culturas de povos de matriz africana e indígena no Brasil. O Centrinho tem 23 turmas de crianças de 4 e 5 anos.
O festival é resultado de um processo de pesquisa e vivências com as professoras e professores para imersão nos temas, conhecimento da história afrobrasileira e indígena e estudo dos elementos culturais, além de realização de muitas atividades artísticas e vivências com indígenas que vivem no DF.
Festival da Cultura Afrobrasileira e indígena no Centrinho – Foto: Divulgação
Puxada de Rede, capoeira, pinturas corporais indígenas, beleza e estética afro-brasileira, desfile de moda afro e vestimentas tradicionais indígenas aprofundam o reconhecimento das identidades e diversidades culturais da formação do povo brasileiro. As leis 10.639 e 11.645, que instituem esses elementos fundantes do Brasil na educação, são os fundamentos para essas boas práticas.
Prêmio, debate e diálogos
Para além da premiação, Cleyde comemora a possibilidade de diálogo e debate com outras escolas: “O prêmio Educar nos permitiu participar do encontro Diálogos por uma Educação Antirracista, que nos permitiu saber o que está acontecendo em outros projetos Brasil afora. Isso também nos fortalece nessa luta, nos ajuda a entender melhor os objetivos da educação antirracista, a melhorar ainda mais nosso projeto, ou seja, modificar nossa proposta pedagógica de forma a ampliar o alcance desse projeto”.
Cleyde também quer dividir o sucesso com outras escolas: “Nossa missão é também divulgar o projeto para as demais escolas que tenham interesse e trazer novas parcerias com o projeto”.