“Não vou repetir a forma do Ibaneis de governar”
Diva Araújo
Empolgada para colocar sua campanha nas ruas em busca de votos, a professora Rosilene Corrêa, pré-candidata ao Governo do Distrito Federal pelo Partido dos Trabalhadores, disse, em entrevista na segunda-feira (9), ao programa Brasília Capital Notícias – parceria do Brasília Capital com a TV Comunitária e o blog do Chico Sant’Anna –, conduzido pelos jornalistas Orlando Pontes e Chico Sant’Anna, estar otimista para encabeçar a chapa da federação PT-PV-PCdoB. “Há uma empolgação muito grande e uma vontade e disposição de ganhar as ruas, de fazer uma bonita campanha. Estou otimista de que tenhamos candidatura própria e que o nome seja o meu”.
Rosilene concorre internamente com o ex-deputado Geraldo Magela a indicação do PT para seguir na corrida eleitoral pela cadeira de governador do DF. A definição do partido será tomada durante encontro regional na próxima sexta-feira (13) e sábado (14), pelo voto de 300 delegados. A professora já foi escolhida pelo Diretório Regional. Mas essas duas instâncias podem ser desautorizadas pelo comando nacional da legenda, em função de acordos com aliados que possam fortalecer a candidatura presidencial de Luís Inácio Lula da Silva.
De uma coisa, no entanto, Rosilene não tem dúvida, caso seja indicada para a disputa e eleita em outubro: não repetirá os erros do atual governador Ibaneis Rocha (MDB). “Não vou repetir a forma do Ibaneis de governar”. Sobre a possibilidade de seu nome nem o de Magela serem os escolhidos – o PV pleiteia a vaga para o deputado distrital Leandro Grass –, Rosilene reafirma:
“Há uma expectativa de termos uma candidatura própria. Mas nossa militância tem muita responsabilidade e sabe o que está em jogo. Caberá às lideranças do partido tratarem isso de forma cuidadosa e, ao mesmo tempo, no sentido da responsabilidade que precisamos ter. O Leandro é um grande quadro. Mas eu ainda estou muito otimista de que tenhamos uma candidatura petista”.
“Estamos na Federação isso não pode ser desconsiderado, mas eu não posso deixar de falar que o PT tem dois nomes apresentados, dois bons nomes, por isso estamos com dificuldade de definição interna e não quero desconsiderar de forma alguma o nome do Leandro”, completou Rosilene.
Frente Única
“Temos feito todos os exercícios e esforços para termos uma frente única, para ampliarmos e irmos além da federação. Exatamente entendendo a dureza do que está posto é que precisamos dessa frente mais ampla possível com todos os partidos progressistas do DF, para que possamos realmente ter aqui um resultado tão necessário como no resto do Brasil. Acho importante não ficarmos presos apenas à federação, com a sua devida importância. Mas precisamos estar juntos e não abrimos mão desse diálogo com todos os partidos”.
Terceira Via
“O exercício nacional tem mostrado que nós não estamos presos ao que está mais à esquerda. Na verdade, acho que o Lula tem colocado isso de uma forma muito clara, haja vista o vice dele. Não tem terceira via: de um lado é quem quer sustentar essa miséria que aí está e o fascismo; do outro, aqueles que não querem mais isso. Não tem meio termo. E todo mundo que tem esse compromisso é bem-vindo”.
Definição Diretório PT/DF
“Não houve veto ao meu nome. Havia uma construção iniciada e o que não houve foi consenso em relação ao momento em que ocorreu a indicação do meu nome. Agora teremos o encontro, que seria em abril, nos dias 13 e 14 de maio. Mas não é definitivo porque é mais uma etapa.
Educação x militarização
“Eu não acabaria com a militarização nas escolas por decreto, porque ela foi criada por decreto. E eu não quero repetir a forma do Ibaneis governar, de fazer e tomar medidas simplesmente por decretos. Nós precisamos entender porque a comunidade escolar está optando pela militarização das escolas. Precisamos ampliar o debate e apresentar alternativas. Não é porque sou professora e sindicalista que vou olhar só para a educação. Claro que sendo trabalhadora vou priorizar a educação. Agora, nenhum governo dá certo se deixar alguém de lado. Não pode haver exclusão. Governarei para todos”.
Saúde e manutenção do Iges-DF
“Não manterei o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). Primeiro, que a Saúde com dois modelos de gestão nenhum funciona. Existe um problema crônico de gestão na Saúde do DF. Temos de chegar na origem do problema para solucioná-lo”.
Entorno
“Nossa disposição é fazer parcerias com os governos Federal e de Goiás para buscar soluções”.
Regiões Administrativas
“Tenho uma grande preocupação com o custo dessas novas administrações regionais. O grande desafio é fazer com que as coisas funcionem. Vamos investir em coisas e serviços que funcionem efetivamente”.
Transporte Público e Passe Livre
A tarifa zero está no nosso radar de estudos. Já se gasta muito e as pessoas continuam pagando muito e não têm um bom transporte. Tudo tem que ser feito de forma muito responsável”.