Candidata do PSol quer união com Lula já no 1º turno
José Silva Jr
A candidata do Psol ao Palácio do Buriti, Keka Bagno, defende a união dos partidos de esquerda contra o atual presidente da República já no primeiro turno. “Estamos vivendo o pior cenário da política desde a redemocratização. É fundamental derrotar o bolsonarismo, mas sem esquecer nossos princípios. É fundamental dialogar com a maior oposição a Bolsonaro, que é o ex-presidente Lula”. Keka também elogia a federação entre seu partido e a Rede sustentabilidade e concorda com senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que declarou apoio à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto.
Desafio é vencer o machismo
O maior desafio da pré-candidata do PSol ao Governo do Distrito Federal não é “só” convencer o eleitor a votar nela. Mas, sim, fazer a população brasiliense acreditar em sua candidatura, vítima de um machismo impregnado na política do País de um modo geral.
O que fundamenta a sua tese é que, mesmo com mais de dez anos de militância política – incluindo uma candidatura a vice-governadora nas eleições passadas –, Keka ainda ouve perguntas do tipo “sua candidatura é para valer?” ou “você está pronta, pois é muito jovem?”.
A ex-moradora do Setor Leste do Gama reclama que as mesmas indagações não são dirigidas a outros pré-candidatos tão jovens quanto ela, como Rafael Parente (PSB) e Leandro Grass (PV), que têm praticamente a sua idade (ela está com 33 anos).
“Por que eu não estou pronta? Atuo na ponta há mais de dez anos. Conheço os territórios. Fui candidata em 2018 a vice-governadora. O que de fato me falta? A gente (as mulheres) incomoda. Isso é machismo. Não vejo perguntando isso para nenhum homem. Ninguém fala que eles são jovens”, compara.
Juventude, cultura e esporte serão prioridades
Diferentemente de Izalci Lucas (PSDB), que, no programa anterior disse que sua primeira decisão no campo da Saúde seria acabar com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), a candidata defende um fortalecimento das unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Básica de Saúde (UBSs).
Além disso, retomaria um programa que foi e é carro-chefe nos cases de sucesso do PSol, o Saúde da Família, lançado durante o governo de Cristovam Buarque pela então secretária de Saúde Maria José da Conceição, a Maninha. “Vamos retomar o Saúde da Família em nosso governo”, disse ela, para depois se corrigir: “Na verdade, nunca foi extinto”.
Para Keka, fortalecendo esse atendimento descentralizado, o governo atenderá mais pessoas carentes que não conseguem se deslocar até o hospital. “Tem de ser fortalecido, nas UPAs e UBSs, que atendem as cidades. Para a pessoa se deslocar ao Hospital de Base gasta R$ 20 de passagem. Como que uma pessoa de baixa renda consegue ir hoje ao HBB, que é de referência, gastando 20 reais?”, questiona.
“Não podemos pensar na saúde em processo de adoecimento. Mas em processo sistêmico, preventivo”, acrescentou.
Caso eleita, terá outras prioridades além da Saúde Pública. A juventude vai merecer uma atenção especial. “Vamos implantar o programa Primeiro Emprego, com cursos de profissionalização e valorização da cultura. Cultura é vida. Esporte é vida. Isso vai resultar na emancipação dos jovens”, aposta.
À queima-roupa
Keka do PSol – como faz questão de frisar como seu nome de guerra – foi a entrevistada, terça-feira (5) do programa Brasília Capital Notícias – Eleições 2022, parceria do jornal Brasília Capital com a TV Comunitária (canal 12 da Net) e o blog do Chico Sant’Anna, conduzido pelos jornalistas Paulo Miranda e Orlando Pontes.
A sabatina de 30 minutos pode ser vista pelo canal da TV Comunitária no YouTube. Com fisionomia de uma jovem, mas a segurança na fala de uma mulher experiente, Keka Bagno não se furtou em responder às perguntas à queima-roupa sobre suas propostas para o DF caso eleita.
Assista à integra da entrevista: