Mais um detento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), foi morto no interior do maior estabelecimento prisional maranhense. Segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), o corpo de Pedro Elias Martins Viegas, 31 anos, foi encontrado no sábado (1º). Ele cumpria pena por tráfico de drogas no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas. A Sejap antecipou que Viegas foi estrangulado no interior de uma cela, destacando, contudo, que a Polícia Civil está investigando o caso e que é necessário aguardar a conclusão dos peritos do Instituto de Criminalística.
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Pedro Viegas é o quarto detento de Pedrinhas a ser morto desde o início do ano. Com isso, se forem levados em conta os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), chega a 64 o total de detentos assassinados em Pedrinhas desde o início de 2013. Mais duas mortes foram registradas nos últimos dias no Centro de Ressocialização de Presos de Santa Inês, no interior do estado, e na Central de Custódia de Presos de Justiça do Anil, em São Luís, totalizando seis mortes este ano em todo o sistema prisional do Maranhão.
No segundo dia do ano, a Sejap confirmou duas mortes: o corpo de Sildener Pinheiro Martins, 19 anos, foi encontrado em uma cela do Centro de Detenção Provisória. Já o corpo de Josivaldo Pinheiro Lindoso, de 35 anos, estava no Centro de Triagem, para onde tinha sido levado apenas dois dias antes, quando foi detido, e apresentava evidências de estrangulamento. Em 21 de janeiro, a secretaria confirmou a morte, por enforcamento, de Jô de Souza Nojosa, que cumpria pena no Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), de Pedrinhas.
Desde meados de dezembro de 2013, quando uma rebelião deixou nove mortos e ao menos 20 feridos, policiais militares reforçam a segurança do complexo penitenciário. A pedido do governo estadual, policiais da Força Nacional de Segurança Pública também auxiliam na segurança dos estabelecimentos prisionais da região metropolitana de São Luís, entre eles, Pedrinhas. Na virada do ano, a rivalidade entre as diferentes facções criminosas que disputam o controle pelo tráfico de drogas e a violência acabaram transpondo os muros do complexo penitenciário, chegando às ruas da capital maranhense de forma mais intensa e organizada, sob a forma de ataques a ônibus e delegacias. Em um dos ônibus incendiados estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que morreu no dia 6 de janeiro em decorrência das queimaduras que sofreu.
Pelas últimas informações fornecidas pela assessoria da Sejap à Agência Brasil, ainda em janeiro, há cerca de 2.196 detentos presos em Pedrinhas, cuja capacidade é 1.770 pessoas.