Confesso que não acompanho de perto declarações de líderes religiosos sobre assuntos que vão da guerra à paz, passando longe de um cessar fogo. Sem falar dos que só fazem proselitismo.
Mas uma amiga católica me envia com frequência trechos das encíclicas do Papa Francisco, este hermano do Vaticano que já publicou três dessas cartas durante seu pontificado.
Sei que tem gente que não gosta do Papa porque professa outras religiões; outros, porque acham inaproveitáveis os seus pensamentos, de pouca utilidade para melhorar a vida neste planeta; e, finalmente, os que têm birra dos hermanos porque só na Calle Florida é capaz de você encontrar mais livrarias do que em… bom, em várias (muitas, na verdade) capitais brasileiras.
Como o mundo anda mesmo de cabeça pra baixo (nem vou falar das guerras no Oriente Médio e na Ucrânia), uma das falas de Francisco – que entendi como sendo a respeito da insensatez da humanidade no exercício do poder –, chama atenção. Menos, claro, para a grande imprensa (nacional e internacional) que trata o assunto como uma declaração de princípios para se tornar lema de católicos de todo o mundo.
Só que não. Trata-se de um chamado para religiosos de todos os matizes – e, também, para não religiosos de todas as cores – se for o caso, o fúccia. Para quem nunca se importou com encíclicas papais, deixo, abaixo, a fala entre aspas:
“O ser humano não foi educado para o reto uso do poder (…) porque não foi acompanhado quanto à responsabilidade, aos valores e à consciência”.