Estrangulada pela Emenda Constitucional nº 95/2016 e pela falta de investimentos do Estado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anuncia a privatização de 106 mil hectares em terras pelo País, todos destinados à pesquisa. A estatal quer vender 106 mil hectares desse patrimônio em 2020, com a condição de que verba aferida seja reinvestida em pesquisa.
O presidente da Embrapa, pesquisador Luiz Celso Moretti, disse que ainda não há um levantamento de quantos hectares podem ser colocados à venda. Por enquanto, segundo ele, a Embrapa quer apenas o necessário para “continuar conduzindo com eficiência” os programas de pesquisa que desenvolve em seus laboratórios.
A redução do tamanho da empresa até sua extinção serão aprofundados no ano que vem. Moretti disse que até junho de 2020 deverá ser concluído o programa de demissão incentivada na instituição, que teve a adesão de 1,3 mil servidores, cerca de 12% do quadro. Com a redução de 9,5 mil para 8,2 mil servidores, o novo desafio é a redistribuição desse pessoal pela sede e pelos 43 centros de pesquisa pelo país.
TERCEIRIZAÇÃO – A terceirização também está nos planos. A maior adesão ao PDI foi de trabalhadores rurais que montavam experimentos, como tratorista e operadores de máquinas. Muitos já tinham de 35 a 40 anos de serviços. Para a empresa, hoje, é mais interessante e barato terceirizar essa mão de obra por meio de uma cooperativa de trabalho e contratar pessoas para cumprirem tarefas mais simples, mais braçais.
DISTRITO FEDERAL – Em Brasília, por exemplo, que tem quatro centros de pesquisa, a maior concentração está na sede, mas a ideia é realocar muitos servidores nesses centros. Um dos exemplos citados está no DF. Na Sede Hortaliças, dos 1,3 mil hectares são utilizados para pesquisa algo em torno de 300 hectares. Os outros 1 mil hectares são reserva de mata.