Pesquisadores do mundo inteiro se dedicam a descobrir a medicação que evite óbitos e a vacina que impeça a proliferação do Coronavírus. Até aqui, o melhor remédio para manter a situação sob controle é uma dose generosa de bom senso tanto no nível das atitudes pessoais quanto da gestão da crise.
E essa gestão depende de informação técnica precisa para embasar as decisões políticas. A avaliação inadequada de cenários e a tomada de decisões baseadas em interpretações subjetivas de informações aleatórias ou para mostrar que “alguma coisa está sendo feita” podem ter consequências infelizes, incentivando alarmismo e comportamentos que pioram o cenário, como uma corrida precipitada aos serviços de saúde ou desabastecimento nos supermercados.
A medida do Congresso Nacional de disponibilizar R$ 5 bilhões do Orçamento Impositivo para ações orientadas pelo Ministério da Saúde no combate à pandemia é um exemplo de postura política adequada e louvável. Neste momento, mais do que em outros, também é indispensável termos autoridades sanitárias respeitadas, atuando tecnicamente e com sobriedade, passando segurança à população.
É aconselhável que se tomem medidas pessoais e coletivas para conter a expansão do vírus. Em nível pessoal, ser menos efusivo nos cumprimentos, evitando apertos de mão, abraços e beijos; cobrir a boca em caso de tosse e espirros; e lavar as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool gel com frequência são atitudes recomendáveis.
No âmbito coletivo, evitar as multidões, especialmente em ambientes fechados, não é má ideia. Efetivamente, os governos devem pensar em como contribuir para evitar essas aglomerações: uma ação possível é escalonar horários de entrada e saída do trabalho para evitar lotação no transporte público, bem como a adoção do home working nas áreas de atividade que o permitirem. Também se pode considerar a reorganização das férias e recessos escolares para o período de sazonalidade das doenças respiratórias, que tem auge entre abril e junho.
Como primeiro dever, o governo tem que dar segurança aos profissionais de saúde, garantindo os equipamentos necessários, como máscaras, que têm faltado nas unidades públicas de saúde. O GDF tem falhado na garantia de abastecimento desses insumos tanto quanto na divulgação de orientações para os profissionais e para os usuários. Corrigindo essas falhas, estará adotando as melhores medidas para o momento no enfrentamento à pandemia.