O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (23), em discurso na Assembleia Geral da ONU, que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”. Ressaltou também que “esta ingerência conta com o auxílio de uma extrema-direita” e criticou indiretamente o projeto de anistia aos golpistas de 8 de Janeiro ao dizer que “não há pacificação com impunidade”.
Em outro momento, o petista afirmou, sem mencionar os Estados Unidos, que atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra. “Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia”, enfatizou.
As declarações ocorrem um dia após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar novas sanções que atingem familiares do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e empresas ligadas a ele, em reação à condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes relacionados.
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“O Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, garantiu Lula.
Palestina
Além da defesa da soberania, o chefe do Executivo brasileiro condenou os ataques do Hamas em 2023 e classificou a ofensiva israelense em Gaza como “genocídio”.
Lula voltou a defender, ainda, maior representatividade dos países em desenvolvimento nos organismos multilaterais e destacou a realização da COP30, em Belém (PA), no mês de novembro, como oportunidade para cobrar compromissos mais firmes de nações ricas no combate às mudanças climáticas.