Há pouco mais de uma década, era preciso prometer cestas básicas, lotes ou emprego em troca de votos para conquistar um mandato na capital federal. Mas, nos últimos anos, o perfil do eleitorado brasiliense mudou. Desde as eleições de 2010, o número de cidadãos com nível superior completo saltou de 8,6% para 24,2%. O DF tem o maior percentual de eleitores que concluíram uma graduação em todo o país. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral. Para especialistas, o aumento da escolaridade pode formar eleitores mais conscientes e críticos, mas não imediatamente.
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Segundo o TSE, o Distrito Federal tem, hoje, 1.897.677 eleitores. Desses, 459.237 têm nível superior. Este ano, houve uma atualização mais precisa dos dados porque 99,8% dos cidadãos aptos a votar fizeram o recadastramento biométrico. No mesmo período, a parcela da cidade com escolaridade mais baixa caiu. Há quatro anos, 65,5% dos brasilienses tinham, no máximo, nível médio incompleto e 34,5% concluíram o ensino médio ou tinham ensino superior incompleto ou completo. Esse percentual praticamente se inverteu. Em 2014, 36,5% declararam à Justiça Eleitoral ter escolaridade inferior ao nível médio e 63,5% ultrapassaram esse patamar educacional.
Gustavo André Alves, 32 anos, se encaixa no perfil. Ele mora sozinho no Setor de Oficinas Sul (SOF), é formado como técnico em saúde e faz questão de acompanhar o dia a dia da política e as notícias que saem sobre os candidatos nos jornais. Gustavo praticamente já se decidiu para outubro. Segundo ele, o voto é a chance de mudar a realidade do país. “Eu pesquiso a vida dos políticos, antes e depois da eleição, para analisar como foi a atuação. Faço isso acreditando que fará a diferença porque não voto pensando que sou obrigado a fazer isso”, explicou.