A campanha começou e muitos eleitores não sabem exatamente como funciona o sistema eleitoral no Brasil. Uma das maiores dúvidas é quanto à formação das coligações, que podem ser majoritárias (candidatos a prefeito, senador, governador, presidente da República, vices e suplentes) ou proporcionais (vereadores, deputados estaduais e distritais e deputados federais).
Na prática, isso significa que o eleitor pode votar em um candidato a deputado conhecido ou amigo do amigo e acabar elegendo um político que não aprova. Como as coligações são tratadas legalmente como se fossem um partido único, candidatos com menos votos “emprestam” seus votos para a coligação como um todo. A outra opção é o partido concorrer isoladamente, sem coligação.
Quociente eleitoral – Outra dúvida recorrente é o chamado quociente eleitoral, que é a divisão do total de votos válidos (excluem-se os brancos e nulos) pelo número de vagas a serem preenchidas na Casa Legislativa. Por exemplo: em 2014, no DF, foram 1.525.175 votos válidos para deputado distrital e 24 cadeiras em disputa. Por isso, o quociente eleitoral foi de 63.549 votos por vaga.
Distritais – Neste ano, partidos como o PT, Avante, Novo, PHS, PSC, PR, PSB, PP e Pros optaram por lançar chapas puras. Isto os obriga a obterem, no mínimo, o número de votos do quociente eleitoral para conseguirem uma vaga na Câmara Legislativa ou na Federal. Votar na Pastora Wall (PT), por exemplo, pode ajudar a reeleger o deputado Ricardo Vale, que propôs alterações na Lei do Silêncio e sofreu forte oposição da bancada evangélica na CLDF.
Há também uniões inusitadas. O PPL e o PSL formam a coligação Uma Nova Esperança na disputa para deputados distritais. No plano local, as duas legendas apoiam Ibaneis Rocha (MDB) para o governo, mas nacionalmente têm candidatos próprios a presidente – João Goulart Filho e Jair Bolsonaro, respectivamente.
Avante | Severino Cajazeiras, Delegado Mauro Cezar |
Brasília Acima de Tudo (PRTB/PRP) | Cláudio Sampaio (PRP) |
Brasília Justa e de Mãos Limpas (Rede e PC do B) | Justo Magalhães (Rede) |
Coligação Unidos pelo DF 3 (PRB e SD) | Delmasso (PRB) |
Elas por nós: sem Medo de Mudar o DF (PSol e PCB – sem candidato) | Toninho do PSol |
MDB | Brunelli, Wellington Luiz, Raimundo Ribeiro, Rafael Prudente, Ericka Filippelli |
Mobilizar para Mudar (PMN e PTC) | Carol Lima (PTC) |
NOVO | Cláudio Barra |
PHS | Lira |
PP | Alexandre Yanez e Valdelino Barcelos |
PPS | Rafael Vasconcellos |
PR | Agaciel Maia, Bispo Renato, Dr. Gutemberg, Sandra Faraj e João de Deus |
Pros | Guarda Janio, Delegado Fernandes, Telma Rufino e Tabanes |
PSB | Igor Tokarski, Juarezão, Luzia de Paula, Marlon Costa, Roosevelt Vilela, Virgílio Neto |
PSC | Júlio Lanchonete |
PSTU | Edson |
PT | Arlete Sampaio, Chico Vigilante, Magela, Policarpo, Ricardo Vale |
PTB | Washington Mesquita |
Sustentabilidade e Trabalho (PDT e PV) | Cláudio Abrantes, Moisés Marques, Patrício, Professor Fábio Sousa e Professor Reginaldo Veras (PDT); Keves Diogo (PV) |
Todos pelo DF (DEM/DC/PSDB) | Wesley Moura (DC) |
Uma Nova Esperança (PSL e PPL) | Deusdete (PPL) |
Unidos pelo DF 2 (Podemos e PSD) | Cristiano Araújo, Dirsomar, Risomar Carvalho e Robério Negreiros (PSD); Jorge Vianna (Podemos) |
Federais – Depois da minirreforma política, que dividirá proporcionalmente entre os partidos o tempo de rádio e televisão, recursos do Fundo Eleitoral e outras regras conforme as bancadas a serem eleitas para a Câmara Federal este ano, eleger deputados federais é a meta da maioria das legendas.
Na disputa da Câmara dos Deputados, o quociente eleitoral é maior, pois são apenas oito cadeiras em disputa. A coligação Pra Fazer a Diferença 1 é composta por PP, MDB, PSL e Avante. Portanto, votar em candidatos “desconhecidos” como Ana Eliza (Avante) ou Comandante Aboud (PSL), poderá ajudar a ex-presidente da CLDF, Celina Leão (PP) e o ex-vice-governador, Tadeu Filippelli (MBD) a voltarem ao poder no próximo mandato.
Brasília de Mãos Limpas (PDT, Rede, PSB, PV e PCdoB) | Professor Léo Matos (PDT); Marcos Dantas e Maria de Lourdes Abadia (PSB); Professor Israel e Rayssa Tomaz (PV) |
Elas por nós: sem Medo de Mudar o DF (PSol e PCB) | Maninha e Anjuli (PSol) |
NOVO | Rodrigo Freire |
PPL | Campanella |
Pra Fazer a Diferença 1 (PP, MDB, PSL e Avante) | Celina Leão e Olair Francisco (PP) e Tadeu Filippelli (MDB) |
PT | Erika Kokay, Sabino |
Renovar DF (PTB/PHS/PTC/Patriotas) | Todi Moreno e Juraci Tesouro de Ouro (PTB); Dr. Charles (PHS) |
Renovar DF 2 (PMN/PMB/Pros) | Hélio José e Joaquim Roriz (Pros) |
Unidos pelo DF 1 (PRB/PODE/PSC/PPS/PSD/SD) | Júlio César (PRB); Professor Pacco (Podemos); Paula Belmonte (PPS); Renato Santana (PSD) e Augusto Carvalho (SD) |
União e Força (PR/DEM/PSDB) | Flávia Arruda e Laerte Bessa (PR) e Paulo Roriz (PSDB) |
Atenção – Chama atenção a coligação para deputado federal Unidos Pelo DF 1, composta por PRB, Podemos, PPS, Solidariedade, PSC e PSD. O elenco é formado por nomes de peso como o distrital mais bem votado em 2014, Júlio Cesar (PRB); o deputado federal Augusto Carvalho (Solidariedade), a empresária Paula Belmonte (PPS) e o vice-governador Renato Santana (PSD).
Outra coligação que promete ter muitos votos é a Brasília de Mãos Limpas, integrada por legendas que apoiam a reeleição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB, PV, PC do B, PDT e Rede). Na briga pela Câmara Federal estão, entre outros, Marcos Dantas (ex-secretário de Cidades) e Maria de Lourdes Abadia (ex-governadora), do PSB, Professor Léo Matos (PDT), que conta com o apoio do distrital Reginaldo Veras, Professor Israel Batista e Rayssa Tomaz, ambos do PV.