Advogados acusados de se autodeclararem pretos ou pardos sem serem, para preencher a cota mínima de 30% da chapa “Você é a Ordem”, que concorre às eleições da Ordem dos Advogados do Brasil Secção do Distrito Federal (OAB-DF), publicaram vídeos reafirmando a cor da pele. Nos vídeos, cada um procura contar seu histórico familiar e a descendência negra ou indígena.
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“Sou parda, sim. Tenho uma ancestralidade negra e muito orgulho das minhas origens”, afirma na gravação a advogada Helena Moreira Alves, candidata a secretária-geral. Em outro vídeo, a advogada Aline Marques mostra seus familiares indígenas e pede respeito à sua história. “A tinta de cabelo não me define. Isso é preconceito. No meu caso, xenofobia”, diz a inscrição no vídeo com imagens dos familiares e da advogada.
Para Thais Riedel, candidata a presidente da OAB-DF pela chapa, o questionamento por parte da Associação dos Advogados Negros (Anane) é legítima, mas acabou sendo usada politicamente.
“A Associação tem toda a legitimidade para fazer os questionamentos que julgar necessários. Não há, da nossa parte, fraude ou tentativa de burlar a política de cotas, que é louvável. As pessoas se autodeclararam negras e não cabe a mim ou a qualquer integrante da chapa questionar a autodeclaração”.