A chapa Unidade Petista conquistou
48% dos delegados ao 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores nas eleições
realizadas no domingo (8). O bloco venceu em 11 dos 20 diretórios zonais e
alcançou o melhor desempenho nas urnas internas na história da legenda no
Distrito Federal.
A segunda fase do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT será em outubro. No DF, as chapas lideradas pelo ex-deputado distrital Ricardo Vale (Chapa 400) e Geraldo Magela (450) irão se unir para fazer frente à Chapa 499, que elegeu mais delegados ao 7º Congresso do PT.
O PED teve a participação 5.200
militantes em todo o DF. A maior disputa foi em Planaltina, que teve quase mil
filiados e haverá segundo turno. O Congresso Regional do PT-DF terá a
participação de 300 delegados que definirão a composição do Diretório Regional
e o nome do futuro presidente.
As tendências de Geraldo Magela,
Ricardo Vale, Vilmar Lacerda e Antônio Sabino planejam se unir para apresentar
uma candidatura nova. O nome poderá ser de um deles ou um quinto nome ainda a
escolher.
Na avaliação de Wilmar Lacerda,
membro do Diretório Nacional e chefe de gabinete da Liderança do PT no Senado,
o nome para concorrer com Jacy Afonso ainda não foi escolhido porque não houve
nenhum com votação expressiva e que pudesse se definir a partir da eleição.
Para ele, o que não pode ocorrer é a
reeleição do atual grupo que comanda o PT no DF. Informações de dirigentes
petistas da oposição a Lacerda dizem que a coligação não conseguirá vencer a
chapa Unidade Petista. \”Temos mais de 55% dos votos\”, asseguram.
PT no gueto
\”Jacy Afonso é o candidato da
atual situação e nós caracterizamos essa direção como a que levou o PT ao
gueto. Temos a tarefa de reerguer o PT no DF\”, disse Lacerda. Na avaliação
dele, o atual grupo levou o PT a uma participação inexpressiva nas eleições de
2018.
\”Só conseguimos eleger Arlete
Sampaio e Chico Vigilante para a Câmara Legislativa. Esse grupo não quis
definir uma candidatura a governador com antecedência e quando definiram não
escolheram os melhores quadros do PT\”, disse.
\”Não defenderam os legados dos
governos Lula e Dilma e muito menos os do governo Agnelo Queiroz. Não fizeram
oposição clara ao governo Rollemberg e não faz oposição clara ao governo
Ibaneis. Por isso, essa indefinição política do PT, que sofreu a maior derrota
político-eleitoral da história do partido\”.
E completa: \”Nosso candidato ao GDF
nas eleições de 2018 teve menos votos do que o número de filiados que a gente
tem no PT local. Como pode isso acontecer num partido como o nosso, que já
governou duas vezes o DF e elegeu três deputados federais, cinco distritais,
dois senadores? Ficamos, praticamente, em última colocação na última
eleição.
Lacerda diz que “só elegemos dois
distritais e uma federal na sobra. Foi um fiasco esse período. Não foi no
Brasil todo porque o PT fez quatro governadores e elegeu a maior bancada
de deputados federais e uma expressiva de senadores. Levamos o nosso candidato a
presidente da República ao segundo turno e ele teve 47 milhões de votos. A
derrota mais assombrosa em todo o país foi exatamente aqui no DF\”,
critica.
PED no DF e no Brasil
No Distrito Federal os petistas foram
às urnas em vinte diretórios zonais para escolher a nova direção e as chapas de
delegados regionais e nacionais. A chapa Unidade Petista por Lula Livre,
formada por seis tendências internas e independentes e apoiada pelos três
parlamentares da legenda no DF (a federal Érika Kokay e os distritais Chico
Vigilante e Arlete Sampaio) e pela maioria dos dirigentes sindicais ligados à
Central Única dos Trabalhadores (CUT) recebeu 2.547 votos dos 5.287 filiados
que foram as urnas.
As onze cidades onde o bloco saiu
vencedor foram Taguatinga, Plano Piloto, Ceilândia, Gama, Brazlândia, Cruzeiro,
Riacho Fundo I e II, Recanto das Emas, Samambaia e São Sebastião. Em outras
duas (Santa Maria e Candangolândia), a Unidade Petista não apresentou
candidatura, mas a chapa terá maioria na direção. Em Planaltina, a candidata a
presidente apoiada pelo bloco, Alaíde, saiu na frente e disputará o segundo turno
contra a chapa que atualmente comanda o diretório zonal daquela cidade.
O presidente do PT-DF será eleito em
outubro pelos delegados eleitos no último domingo. Jacy Afonso é o candidato a
sucessor da deputada Erika Kokay. Além da Unidade Petista, ele conta com o
apoio de mais das chapas “Diálogo e Ação Petista” e “Em tempos de guerra, a
esperança é vermelha”.
Jacy foi presidente do Sindicato dos
Bancários, da CUT Brasília e administrador regional no governo de 1995 a 1998
no governo petista de Cristovam Buarque. Na última gestão esteve à frente da
Secretaria de Organização do PT-DF, liderando a reorganização interna do
partido.
“Conheço o PT a fundo. Sei o que
fazer. Continuaremos construindo a unidade que fará o PT cada dia mais ser o
protagonista na oposição aos governos Ibaneis e Bolsonaro.”, disse. E concluiu:
“O PT precisa estar preparado para continuar representando a classe
trabalhadora, as mulheres, a juventude, a comunidade LGBT, a população negra e
os mais pobres desta cidade”.