Brasília tem suas particularidades, e o fato de não haver eleições municipais no DF distancia o pensamento do eleitor do pleito, que acontecerá daqui a dois anos. A pandemia e o pós-pandemia ocupam o consciente e o inconsciente das pessoas neste momento. Qualquer prognóstico agora é pura especulação.
Alguns recados vêm das urnas nas eleições municipais de 2020. Os chamados outsiders, figuras desconhecidas da política, não tiveram muito sucesso, como nas eleições federais de 2018. O eleitor está esperando dos governantes mais experiência do que aventuras desconhecidas. O eleitor de hoje prefere a segurança naquele que já é conhecido.
Muitos prefeitos se reelegeram, a exemplo de Valparaíso de Goiás, onde Pábio Mossoró conquistou a confiança dos moradores com uma gestão sem escândalos e com muitas obras, e assim conseguiu fazer história, sendo o primeiro prefeito reeleito do município. Outro exemplo é Fábio Correia, da Cidade Ocidental, reeleito com uma votação expressiva, numa demonstração nítida de que a população quer segurança.
Aqui no DF, o governo Ibaneis vem se destacando pela agilidade de ações e volume de obras, inclusive dando andamento a obras emblemáticas, como o túnel de Taguatinga, dentre outras. A região de Vicente Pires, que vinha passando por graves problemas em períodos de chuvas, como os alagamentos, mostrou nas últimas fortes chuvas que parece ter superado esse desafio. Ibaneis Rocha, sem dúvida, é um forte candidato.
O PT, que passou sua pior fase há trêsanos, está com um pouco mais de musculatura. Tem nomes fortes na política local, como Chico Vigilante e Erika Kokay. Esse fator pode ser o fiel da balança num segundo turno, por exemplo. Porém, dificilmente emplacará um candidato majoritário.
O ex-governador Arruda continua sendo um nome forte, mas sem condições jurídicas para uma tentativa em 2022. Deixou uma herança eleitoral para Flávia Arruda, que se mostrou muito competente e está agora em voo solo e com identidade própria.
Outros nomes estão tentando se colocar como oposição ao governo local, mas esses movimentos não chegam aos eleitores, que,no momento, não estão com as atenções voltadas para a futura eleição. A principal preocupação agora, de 9 entre 10 pessoas, é a vacina contra o coronavírus e seus desdobramentos.
Segundo os últimos levantamentos realizados pelo nosso Instituto, a manutenção de empregos, o funcionamento de escolas, a volta dos concursos para vagas de emprego, a reabertura de creches etc., dominam o pensamento das pessoas.
As eleições municipais de 2020 foram completamente diferentes das de 2018 e serão totalmente diferentes das eleições de 2022. A fotografia de hoje pode ser muitodiferente daqui a dois anos. Ainda há um longo caminho a percorrer.
(*) Diretor do Exata OP – Pesquisas