Enquanto isso, Rollemberg nomeará os ocupantes dos cargos e acatará “sugestões” de aliados políticos
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O governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) já decidiu: marcará para 2016, no mesmo período em que ocorrerão as eleições municipais no País, o pleito para a escolha direta dos administradores regionais das cidades do Distrito Federa. Até lá, os cargos serão ocupados por pessoas nomeadas por ele. Enquanto isso, discutirá com a sociedade os critérios para o pleito, uma vez que, pela Constituição, o DF não pode ser dividido em municípios.
A menos de um mês de assumir o cargo hoje ocupado pelo governador Agnelo Queiroz (PT), Rollemberg tem se dedicado a conversar com aliados. Nesses encontros, ele procura ouvir sugestões para a formação do primeiro e segundo escalões e para definição das medidas que pretende anunciar já no dia da posse, em 1º de janeiro.
Rollemberg tem ouvido muito mais do que emitido opiniões. A alguns interlocutores, porém, deixa transparecer suas impressões e intenções. A pelo menos dois deles admitiu, na última semana, que será impossível estabelecer as regras e organizar a eleição direta para administradores regionais no primeiro ano de governo. Portanto, concluiu que o mais razoável é promover o pleito no segundo semestre de 2016, na mesma época em que as demais cidades brasileiras elegerão os novos prefeitos e vereadores.
Loteamento
Para Rollemberg tem sido mais fácil falar sobre a eleição direta para administradores do que evitar a pressão para a indicação de apadrinhados políticos que poderão ocupar esses cargos. Prática comum aos governos eleitos do DF desde 1990, o loteamento das administrações em troca de apoio político de parlamentares não acabará por decreto.
Consciente disso, Rollemberg já fechou com alguns deputados distritais eleitos a entrega das administrações em suas bases. Para apoiar o governo na Câmara Legislativa, Lira (PHS) indicará o administrador de São Sebastião e Juarezão (PRTB) ficará com a vaga em Brazlândia. Passará por Telma Rufino (PPL) o nome do futuro administrador de Águas Claras. Dr. Michel (PP) continuará reinando em Sobradinho II e na Fercal.
Partido do futuro governador, o PSB quer mandar em Taguatinga. Surgem com chances os nomes do ex-administrador Ronaldo Seggiaro e da ex-jogadora de vôlei, Marta Lima, que concorreu a deputada distrital e foi derrotada.
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Rollemberg enfrenta dificuldade em conciliar os interesses de seu vice, Renato Santana, e do deputado federal eleito Rogério Rosso, ambos do PSD. Eles querem indicar o administrador de Ceilândia. Mas o senador Cristovam Buarque (PDT) reivindica o posto e já colocou até o nome de sua preferência sobre a mesa: Edilson Barbosa, assessor de seu gabinete no Senado.
Em várias cidades há movimentos organizados debatendo prioridades para cada região administrativa e os nomes para a função de administrador regional. A equipe de transição de Rollemberg acompanha de perto essa mobilização, sempre lembrando alguns critérios. É indispensável que sejam pessoas ficha limpa e que residam na própria cidade. Embora ninguém admita, é certo que não passarão no crivo nomes que não tenham apoiado a eleição do futuro governador.