Da Redação
Hoje (26) é o segundo e último dia da eleição para reitor da Universidade de Brasília (UnB). Um dos candidatos, professor Jaime Santana (diretor do Instituto de Ciências Biológicas), que forma a Chapa 89 ao lado de Gilberto Lacerda, da Faculdade de Educação, nega informação publicada pelo Brasília Capital, na segunda-feira (24), de que aceitaria integrar a lista tríplice a ser encaminhada ao Ministério da Educação (MEC), caso não seja o vencedor da consulta à comunidade acadêmica.
No primeiro debate virtual com a participação dos quatro candidatos, Jaime Santana foi contundente ao responder à pergunta sobre se apresentaria seu nome ao Conselho Universitário (Consuni), aceitando a nomeação do Presidente da República, Jair Bolsonaro, se não fosse o primeiro colocado nas urnas: “Não, não, não. E de novo não”, respondeu.
E completou: “Eu sou protagonista desse tipo de eleição de escolha de reitor da UnB desde quando eu era aluno. Participei da luta da redemocratização da Universidade de Brasília. Entre aqui em 1981. Lutei muito por isso. Fui membro ativo do movimento estudantil e do Centro Acadêmico (CA) de Biologia. Participei do movimento democrático para escolha de reitor, que resultou na eleição do primeiro reitor, professor Cristovam Buarque. O professor Gilberto Lacerda pensa como eu, assim como todo o grupo que nos apoia. Defendo esse processo. Portanto, não tem nenhuma possibilidade disso acontecer. Quero deixar claro: o reitor que tem compromisso com a comunidade, está livre de partidos políticos, de grupos políticos e de políticos. É que tem condições de defender a autonomia universitária, defender a parte da Constituição que nos dá autonomia acadêmica, defender que a universidade seja livre para pensar e trabalhar, interagir com a sociedade e produzir e levar o conhecimento para todos”.
Além da chapa 89 (UnB Pode Muito Mais), participam do pleito as chapas 81 (Unifica UnB – Seja Plural), encabeçada pelo bolsonarista Virgílio Arraes, do Departamento de História, que tem Suélia Fleury (Faculdade de Engenharias, do Gama) como vice; a 86 – Somar, pela qual a atual reitora, Márcia Abrahão, do Instituto de Geociências, tenta se reeleger ao lado do candidato a vice, Enrique Huelva, do Instituto de Letras; e a 83 (Tempo de Florescer UnB, da ex-candidata do PSol ao GDF, Fátima Sousa (Departamento de Saúde Coletiva) e Elmira Simeão, da Faculdade de Ciências da Informação.
O resultado da consulta à comunidade acadêmica – funcionários, estudantes e professores – é encaminhado ao Conselho Comunitário (Consuni), que segue a lei vigente e prepara a lista tríplice. Em geral, há um acordo para colocar na lista o nome do mais votado nas urnas e outros dois de sua total confiança como vice-reitor e chefe de gabinete. Assim, engessa-se o MEC, para não haver risco de não se respeitar a decisão do Consuni.
A comunidade acadêmica da UnB reúne 53.641 eleitores, dos quais 52.077 estão aptos a votar, sendo que os votos de cada grupo têm pesos diferentes. Devido à pandemia do novo coronavírus, pela primeira vez o pleito será realizado de forma virtual, da mesma forma como foram desenvolvidas as campanhas das quatro chapas, além dos debates promovidos via internet.
A professora Andréa Maranhão, coordenadora da campanha da Chapa 89, reforçou a posição do candidato a reitor e encaminhou um vídeo em que Jaime Santana responde à pergunta sobre sua participação no Consuni, caso não seja o primeiro colocado nas urnas.