Pega fogo a eleição, marcada para novembro, para o comando da secção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF). A disputa é tida por muitos como uma prévia da campanha eleitoral de 2022. Pelo menos sete pré-candidatos já se lançaram, mas ninguém duvida que tudo se afunilará em torno do nome do atual presidente, Délio Lins e Silva Júnior, candidato à reeleição, e daquele a ser apoiado, mesmo que veladamente, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), ex-presidente da entidade.
A OAB-DF tem mais de 50 mil advogados registrados, mas, historicamente, a presença nas urnas é bem menor. O fato de a eleição este ano ser, pela primeira vez, cem por cento digital, pode melhorar este índice de comparecimento, já que um dos grandes empecilhos à participação dos advogados eram as enormes filas e bocas-de-urna a incomodar aqueles que iam exercer o direito ao voto.
Vestígios – Não é por acaso que o pleito na Ordem é considerado as prévias do processo eleitoral de escolha de parlamentares e governador do DF no ano que vem. As 13 subseções da OAB/DF espalhadas pelas cidades trazem vestígios claros do interesse da classe política. Um dos principais assessores do governador Ibaneis no contato com as cidades, o advogado Severino Cajazeiras, busca influenciar principalmente na disputa da subseção do Riacho Fundo 2, sua base eleitoral.
No Gama, o ex-deputado distrital Pedro do Ovo aposta suas fichas na candidatura do próprio filho, o jovem advogado Pedro Júnio Barros. Pedro do Ovo é um antigo aliado do ex-governador José Roberto Arruda, que também tem vários amigos na disputa regionalizada dos advogados.
Até a deputada federal Paula Belmonte tem suas preferências. Entre elas, a do delegado aposentado da Polícia Civil do DF, José Adão, que compõe a chapa da subseção de Planaltina, que caminha junto com Délio Lins e Silva Júnior.
Na busca pelo voto dos advogados das subseções – que sempre foram o patinho feio da categoria, mas nos últimos anos ganharam relevância – Délio Lins e Silva acredita que pode sair na frente. Ele destaca o fato de ter garantido melhores condições de atendimento para cada uma dessas regionais, seja na forma de reforma de instalações ou mesmo de criação de espaços antes inexistentes nas cidades.
Festa – As eleições da OAB estão previstas para a segunda quinzena de novembro, mas já é grande a movimentação em torno do assunto. Isso pode ser sentido mais ainda nesses tempos de pandemia, já que diversos restaurantes e bares das cidades estão recebendo pequenos, médios e grandes eventos de advogados, das mais diferentes vertentes. De happy hour em happy hour, a disputa entre os profissionais do Direito é uma grande festa.