A manutenção do contrato da Secretaria de Saúde com o Instituto Hospital de Base (IHBDF) foi um dos centros da campanha para governador. Alvo do ataque de adversários, a medida foi defendida pelo candidato derrotado à reeleição, Rodrigo Rollemberg (PSB). Já o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), dizia que poderia rever os termos do acordo, para decidir se mantém ou encerra a parceria com instituição.
O diretor-presidente Ismael Alexandrino Júnior garante que o IHBDF melhorou a qualidade do atendimento aos usuários da rede de saúde pública. E apresenta uma série de números comparativos entre os serviços prestados antes e depois da celebração do contrato. Com isso, garante existirem muitas razões para comemorar os avanços e esperar a manutenção do contrato com o GDF a partir da posse do futuro governador.
Entre outros indicadores, ele aponta aumento de 11,9% de atendimentos em relação ao mesmo período no Hospital de Base, com uma média de 1.122 internações/mês em 2018, contra 1.002 em 2017; crescimento de 12% no número de cirurgias (3.447 em 2018 em comparação com 3.083 no ano anterior). O atendimento de urgência teve acréscimo 24% (subiu de 123.104 em 2017 para 155.327 em 2018).
Nova mentalidade – “Eu divido os dez meses de existência do Instituto em duas etapas: até o final de abril, e de maio até o final de outubro. Na primeira etapa, tentamos contratar pessoas, adquirimos insumos e equipamentos. Só que até o final de abril a Justiça havia paralisado dois processos seletivos de quase mil pessoas. Assim, o desempenho foi abaixo do esperado porque não conseguimos contratar pessoas para aumentar a produção”, avalia Ismael Alexandrino.
Além da não contratação de pessoal via Instituto, o Hospital de Base perdeu vários profissionais por aposentadoria ou transferência para outras unidades da rede. No final de abril, com a contratação de novos trabalhadores, a produção chegou mais próximo aos patamares projetados desde o início da nova gestão. “Considerando os dez meses, mesmo com esse primeiro momento prejudicado, e segundo momento muito eficiente, estamos bem melhor do ponto de vista de entrega de resultados”, diz ele.
Segundo o diretor, um dos principais problemas do IHBDF é gerir pessoas, mudar a mentalidade dos servidores. “Mudar o regime jurídico é simples; mudar o modelo de gestão é mais complexo. Mas o que está entre essas duas coisas é mudar o modelo mental. Então, a grande dificuldade, o grande desafio, é mudar a forma como as pessoas pensam. Não que o modelo anterior fosse errado, mas era diferente”.
De qualquer forma, Ismael Alexandrino aponta muitas conquistas, como o fato de os trabalhadores perceberem o verdadeiro prazer de modificar positivamente a condição das pessoas que procuram atendimento. “O hospital, de modo geral, é um ambiente hostil, vulnerável. As pessoas nos procuram por necessidade, num momento difícil. Então, o atendimento rápido e resolutivo é fundamental”.
Celeridade – De acordo com o médico, uma mudança positiva ocorreu no Pronto-Socorro. “Implantamos uma metodologia visando diminuir esse tempo. Uma metodologia de gestão que iniciou nas fábricas de automóveis do Japão no pós-guerra, que visa diminuir o desperdício de tempo, de pessoas e de insumos. Colocamos mais salas de classificação de risco e montamos a Central de Resolutividade, com um enfermeiro, um médico, gestor de leitos, gestor de transporte, gestor administrativo. Todos esses profissionais juntos dão mais celeridade ao atendimento”.
A compra e manutenção dos equipamentos é outro ponto de destaque. Antes, eram feitas de 30 a 35 tomografias por dia. Agora, são realizadas de 150 a 200. “Isso faz a fila do próprio complexo andar com mais velocidade”.
A troca do aparelho da radioterapia elevou de 10 para 35 atendimentos diários. Na Oncologia, eram 20 consultas por mês. Este número foi para 84 por semana, quase 350 consultas por mês. Das 16 salas, somente seis funcionavam. Agora, doze funcionam. “Só estávamos operando cirurgias de urgência e emergência. Agora nós conseguimos operar as eletivas”.
Alexandrino reconhece a importância de o governador Rodrigo Rollemberg ter acreditado na proposta do IHBDF. Sua expectativa é de que, no próximo governo, com a busca por resultados e a redução da burocracia “esse modelo se casará muito bem com essa maneira de pensar”. Ele aposta que o Instituto contribuirá muito. “É importante ressaltar que hoje o hospital não é mais estatal, é paraestatal. Ou seja, é um serviço social autônomo”.
Instrumento – Por esse modelo, uma parte do conselho e administração tem mandato de dois anos, e a outra parte tem pessoas nomeadas pelo governo, sem remuneração. Existe a diretoria-executiva, que é de fato que faz a gestão do hospital, com mandato de três anos, que foi escolhido pelo conselho-administrativo. “A relação do instituto com a mudança de governo tende a ser tão profícua quanto a anterior.
“Se a Secretaria nos apoia, sobretudo honrando os repasses sem atrasos, sem equívocos de descontos, o Instituto Hospital de Base terá condições de entregar para a população do DF e para o SUS um serviço totalmente diferenciado. Além do que, o próximo governo pode nos ajudar a intermediar verbas federais e emendas parlamentares distritais. Então, havendo o interesse de colaborar com a população, o governo terá totais condições de fazer isso através de um instrumento chamado Instituto Hospital de Base”.
Ibaneis – Confira a nota na íntegra.