As denúncias de material explícito envolvendo crianças e adolescentes recebidas pela ONG SaferNet aumentaram 114% após a publicação de um vídeo em que o influenciador Felca (Felipe Bressanim Pereira) denuncia a erotização infantil nas redes sociais.
Entre 6 de agosto, data em que o vídeo foi postado, e a madrugada de terça-feira (12), foram registradas 1.651 denúncias únicas no Canal Nacional de Denúncias de Crimes e Violações a Direitos Humanos. No mesmo período de 2024, foram 770 ocorrências.
A SaferNet ainda registrou mais de 28 mil denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet no primeiro semestre de 2025, contra cerca de 23 mil no mesmo período do ano passado.
O vídeo, que ultrapassou 40 milhões de visualizações, apontou práticas já monitoradas pela organização que defende e promove os direitos humanos na internet, como o uso do Telegram para a distribuição e venda de imagens e vídeos de abuso sexual infantil, além de siglas e emojis para ocultar o conteúdo e atrair novas vítimas.
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Para a psicóloga da SaferNet, Bianca Orrico, a proteção de crianças e adolescentes nos ambientes virtuais precisa combinar educação digital e a supervisão ativa e dialogada, reforçando os cuidados relacionados à privacidade, consentimento e riscos on-line.
Além disso, a especialista recomenda que pais e responsáveis acompanhem o conteúdo que as crianças publicam e consomem, estabelecendo regras claras em conjunto com os filhos para uso de dispositivos e redes sociais.
“É importante reforçar que a proteção de crianças e adolescentes não é apenas papel da família. Para protegê-las nas suas experiências on-line, é fundamental o envolvimento das famílias, da escola, do Estado. Mas também é imprescindível o comprometimento das empresas que se beneficiam economicamente da presença desse público nas plataformas”, pontua a psicóloga.