Em política, como na vida, manda quem pode, obedece quem tem juízo. Entretanto, como nem obediência e nem juízo são características comuns de se encontrar entre os políticos, os reflexos dos acordos nacionais podem ou não se repetir nas coligações do Distrito Federal, como um efeito dominó.
Parcela majoritária do PSB, partido do governador Rodrigo Rollemberg, apoia a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à presidência da República. Significa que, conforme antecipamos no Brasília Capital, o deputado Joe Valle, presidente da Câmara Legislativa e correligionário de Ciro, pode ser obrigado a apoiar a reeleição do atual governador, embora seu desejo seja se aliar a Jofran Frejat (PR). Sem contar uma minoria do PDT-DF que prefere lançar candidatura própria ao Buriti.
Já a Rede, da presidenciável Marina Silva, declarou que estará com Rollemberg e que o distrital Chico Leite será o candidato do grupo ao Senado. Pois bem: diante desses dois cenários, quem o governador apoiará para o Palácio do Planalto – Ciro ou Marina? E mais: será que com os altos índices de rejeição ao chefe do Executivo os postulantes a sucessores de Michel Temer vão querer aparecer na foto ao lado dele?
E o PT? Em pesquisa do Ibope, encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), Lula, mesmo com todos os problemas jurídicos, disparou na frente, com 33%. Entretanto, o Partido dos Trabalhadores não consegue deslanchar uma candidatura majoritária em Brasília.
Suas figurinhas carimbadas já avisaram que concorrerão ao Legislativo. Estão nessa lista a presidente regional, deputada federal Érika Kokay, que buscará a reeleição; a ex-vice-governadora Arlete Sampaio; o ex-deputado Geraldo Magela; e o distrital Chico Vigilante, todos pré-candidatos à Câmara Legislativa. Wasny de Roure não pensa em outra hipótese que não seja concorrer ao Senado.