Em Brasília, a última vítima dos possíveis excessos do Ministério Público pode ter sido o médico Eduardo Hage. Subsecretário de Vigilância Sanitária, ele foi preso na terça-feira (25), na segunda fase da Operação Falso Positivo e liberado na sexta-feira (28). Por acreditarem em sua inocência, os amigos organizam uma “vaquinha virtual” para pagar os advogados do professor da UnB.
No entendimento do ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por ora, não há fundamentos para manter a prisão de Hage. Mas ele confirmou a prisão preventiva dos outros seis investigados, entre eles o secretário Francisco Araújo.
Após ser preso, Araújo foi afastado do cargo, dando espaço para o retorno do ex-gestor Osnei Okumoto, que tinha saído da função no início da pandemia. O governador Ibaneis Rocha (MDB) avaliou a operação como “desnecessária”.
A ação do MPDFT apura suposto superfaturamento em contratos que somam R$ 73 milhões na compra de testes de covid-19 pelo GDF. O prejuízo estimado pelo MP aos cofres públicos é de R$ 18 milhões.
As investigações apontam que as empresas eram pré-selecionadas para o fornecimento do material e definiam diversos critérios no edital de compra. Segundo MP, empresas foram contratadas sem licitação, mesmo tendo oferecido testes de covid-19 a preço mais alto.