Diretoria colegiada do Sinpro-DF
As eleições de 2022 mostram que o estrago causado pelo golpe de 2016 foi grande e que o Brasil ainda levará um tempo para recompor os danos. A eleição de Bolsonaro em 2018 foi um produto direto do golpe, que se viabilizou junto à população a partir de discursos de deslegitimação da política e de ódio de classe.
Tais discursos seguem firmes até hoje e sustentam boa parte dos resultados que emergiram das urnas no domingo (2). Mas há um outro lado que mostra que há forças indispensáveis para recriar o que hoje se mostra triste, cruel, perverso e indecoroso.
No DF, a despeito da desastrosa gestão da pandemia de covid-19 e dos resultados lastimáveis de políticas como a militarização de escolas, IbaneisRocha foi reeleito em primeiro turno. Entretanto, ele vai encontrar uma Câmara Legislativa disposta a fazer os enfrentamentos necessários em defesa da educação pública e dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras.
A ascensão de novas lideranças políticas no campo progressista é o ponto forte desse processo. A bancada do PT cresceu de dois para três deputados, sendo um deles o professor e ex-diretor do Sinpro Gabriel Magno; o reeleito Chico Vigilante e o retorno de Ricardo Vale. O PSOL, além de Fábio Félix agora tem Max Maciel. E ainda foi eleita Dayse Amarilio, do PSB.
Em sua primeira eleição, Rosilene Corrêa, ex-diretora do Sinpro, obteve mais de 350 mil votos na disputa para o Senado. Diante das campanhas de duas ex-ministras com o apoio da máquina estatal, o resultado é uma vitória. Rosilene conseguiu pautar com ênfase o tema da educação. Embora a eleição de Damares represente um grande retrocesso para o Senado e para o DF, é possível perceber que há um caminho aberto para a contraposição ao projeto que ela representa.
A representação do DF na Câmara dos Deputados manteve a correlação de forças da bancada anterior. Entre os oito federais eleitos, dois são comprometidos com a defesa da educação pública e os direitos dos trabalhadores: Érika Kokay e Reginaldo Veras.
Educação é investimento
O Brasil ainda sofre as consequências de um golpe que derrubou uma presidenta legítima para dar espaço ao programa que havia sido derrotado nas urnas. A superação definitiva do processo ali aberto passa necessariamente pela manutenção da luta de quem pensa, age e sonha como nós.
No primeiro turno, demos um passo importante. Precisamos agora dar continuidade a essa caminhada no segundo turno, quando dois projetos bem distintos estão em jogo para a presidência da República.
Façamos e refaçamos nossas análises. Comparemos o que foi feito nos dois governos dos candidatos que pleiteiam a principal cadeira do Executivo Federal. Lembremos como a educação pública e seus profissionais foram tratados, e de como esteve o Brasil nesses dois momentos.
Uma coisa é consenso: o Brasil que a gente quer é aquele que trata a educação como investimento e não como gasto; como direito e não como regalia; com respeito e não com criminalização.
Busquemos isso nas urnas.