O mundo está descrente das relações. As pessoas não confiam mais no amor. E a razão parece óbvia: torna-se cada vez mais difícil após uma decepção. Ou várias, no caso de alguns.
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Os novos primeiros passos serão sempre carregados de incertezas. O coração vai disparar, mas as dores passadas vão exigir garantia de nenhuma reaproximação. Depois que o amor cai, ele se apoia em muletas. O medo da rasteira vai sempre persegui-lo.
A certeza do futuro será uma realidade cada vez mais distante. Ser feliz no dia já não é mais garantia de amanhãs. O amor veste as carapuças da descontinuidade. Viver o amor não será mais suficiente, e amar fará seu sinônimo no persistir.
Enquanto o coração ama, a alma questiona a entrega. Enquanto você deseja, a vida faz mistério para contribuir. A razão te impede. O passado te assombra. Um \’eu te amo\’ vai pressupor o \’até quando?\’, e amar vai te dar um medo danado de não ser mais (tão) feliz.
Mas não adianta fugir do roteiro. Amar é um convencimento diário. Não se apega às previsões. O amor alimenta todos os seus sonhos, mas não assegura o que está por vir. Se você espera um amor, saiba: amor não vem. Amar é construir, às cegas. Amar é ir.
Esse é o grande desafio do amor: tem que se doar, sem ao menos saber se o outro está aberto a receber. E você tem que se dispor, sem a certeza se o outro vai retribuir.
Apenas o tempo mostra o que é para ser. O amor requer a fé de acreditar, sem garantir que o para sempre vai existir.