Hoje eu quero ser breve. A menor das minhas declarações. Breve como deve ser um fim. Breve porque amor, vindo ou partindo, não pode nos machucar.
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É, eu sei. Amar também é um jogo de azar. Azar de quem fica só, porque não soube se apegar ao que fazia bem, porque nunca teve de fato o que lhe pertenceu, porque não abraçou o que era seu. Azar de quem não tomou posse, porque não sabia como cuidar.
O azar do teu amor é que eu também me amei, e sempre soube o peso de cada lágrima que eu viesse a derramar. Não quer dizer que eu não chorei. Chorei, claro. Sempre molhei minhas despedidas. Mas senti a hora de parar.
O teu azar é que os segundos correram. A saudade se misturou a outras necessidades. Te querer deixou de ser sinônimo de todas as minhas ousadias. Nem todo tempo do mundo deixei a te esperar.
Teu azar é que havia vida após a tua saída. Que eu não tropecei na tua covardia. Que o teu adeus não me interrompeu. Que eu não desaprendi a caminhar.
Hoje eu quero ser breve. Como deve ser uma despedida. Porque todas as coisas de amor que eu ainda sei dizer, você não seria capaz de escutar. Porque tudo que me deixou de você, não me faz querer me declarar.
Havia um sorriso depois da tua partida. Que ocupou tudo que era seu. Que me fez ficar tão bem, mesmo não sendo teu. Que me mostrou que havia muito mais em mim alémde tudo que um dia te amou, e que isso era o suficiente para recomeçar.
Amor é um trocado de sortes. Sorte a minha ter perdido. Azar o teu não saber me amar.