Sou torcedor de futebol desde criancinha, literalmente. Acompanho esse esporte com paixão, mesmo diante de algumas frustrações, diante de maus resultados do meu clube do coração e da Seleção Brasileira! Mas isso faz parte do jogo. E hoje não faz a menor diferença.
Neste 29 de novembro de 2016 fiquei sinceramente comovido com a tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense e que atingiu 21 jornalistas, colegas de profissão, assim como eu, amantes do esporte.
E também me senti feliz nesta terça-feira. Feliz como ser humano. Ao ver a grandeza da direção e dos jogadores do Atlético Nacional atual campeão da Copa Libertadores e que seria o adversário da Chape amanhã, no jogo de ida da final da Copa Sul-Americana. O clube colombiano decidiu transferir o título ao time catarinense, que sequer pôde entrar em campo para disputá-lo.
“Depois de estar muito preocupado pela parte humana, pensamos no aspecto competitivo e queremos publicar esse comunicado no qual o Atlético Nacional pede para a Conmebol que o título da Copa Sul-Americana seja entregue à Associação Chapecoense de Futebol como louro honorário pela sua grande perda e em homenagem póstuma às vítimas do fatal acidente que deixa o nosso esporte de luto. Da nossa parte, e para sempre, a Chapecoense é a campeã da Copa Sul-Americana”, diz o clube, por meio de nota.
Que diferença faz mais um caneco para os colombianos diante da maior tragédia do futebol mundial. Mais valem a hombridade, a dignidade, o respeito!
Como torcedor, nunca vi o meu Fluminense derrotar a Chape, uma verdadeira pedra na chuteira dos tricolores. Mas, hoje, que diferença isso faz. Hoje fazem diferença a perda de vidas, a dor das famílias e a solidariedade dos amigos e dos adversários.
Essa solidariedade foi manifestada com o oferecimento de jogadores por empréstimo, de graça ao clube catarinense. Botafogo, Coritiba, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Palmeiras, Portuguesa, Santos, São Paulo e Vasco publicaram nota oficial em conjunto na qual oferecem seus atletas e pedem à CBF que a Chapecoense seja mantida na Série A pelas próximas três temporadas, mesmo que fique entre as quatro últimas colocadas, passíveis de rebaixamento.
Ainda como torcedor vi o craque Mário Sergio brilhar pelo Flu, ser campeão mundial pelo Grêmio e comandar equipes, como treinador, por esse Brasil afora. Mário Sergio fazia parte do time de jornalistas que perdeu a vida na Colômbia. Se tinha temperamento forte, se era polêmico, porque falava o que pensava, que diferença isso faz hoje?
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