Terminamos a última semana e iniciamos esta comemorando duas datas que parecem ter sido feitas uma para a outra: o Dia da Criança e o Dia do Professor.
De um lado, meninos e meninas felizes por ganhar um doce ou, quem sabe, um iPhone novo; de outro, o pessoal que tenta ensinar às crianças a entrada em um novo ciclo de vida, marcado por experiências que levem ao conhecimento do mundo, ao autoconhecimento e às suas armadilhas.
Os últimos, este ano, até ganharam um feriadão – coisa rara na sua história –, desfrutando talvez de uma ida ao sítio de amigos, uma viagem, ou até um mergulho na piscina de um clube frequentado por seus patrões.
Para as crianças, a felicidade de estar em família, o presente embrulhado em papel de bala ou celofane, a alegria de viver num mundo feito para obedecer às suas ordens.
Para os professores e professoras, a notícia de que muitas escolas (particulares) estão pedindo uma espécie de atestado ideológico ao candidato: na ficha de inscrição, pedem suas opiniões pessoais sobre suas crenças, evidentemente, pessoais.
Nas públicas, o fantasma de escola cívico-militar, que troca mestres por bedéis da disciplina (não das cadeiras do aprendizado, mas da rigidez dos regulamentos).
E assim caminha a humanidade no Brasil, preparando o caminho para crianças terem uma formação adequada para este velho mundo de velhas convicções. (Livros, por exemplo, somente os aprovados pelos pais).