Nos próximos anos, o Distrito Federal deve sofrer menos com as chuvas, isso porque o maior projeto de escoamento de águas pluviais,, o Drenar DF chegou à marca de 5 km de túneis escavados, dos quais 2,1 km estão concretados. Os números são referentes às passagens horizontais, por onde o volume pluvial seguirá até a bacia de detenção. Ocorre também a escavação dos poços de visita (PVs), estruturas verticais que dão acesso aos túneis. Atualmente, 74 dos 105 poços estão prontos, somando 896 metros escavados e 61,9 metros concretados.
As passagens subterrâneas estão sendo construídas na Asa Norte pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), com investimento na ordem de R$ 180 milhões. “É um marco importante para a obra porque a escavação é a parte mais difícil e demorada. Quando o túnel está concretado significa que está definitivamente pronto”, explica o diretor-técnico da Terracap, Hamilton Lourenço. “Também temos poços de visita concretados e com tampa, ou seja, sem o canteiro que existia para proteger a obra. E já iniciamos a construção das novas bocas de lobo”, completa.
A rede terá 7,6 km de extensão e começa na altura da Arena BRB Mané Garrincha e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, chegando à L4 Norte. O novo sistema inclui a construção de 274 bocas de lobo a partir dos poços de visita, dos tipos duplo, triplo e quadruplo.
Bacia de detenção – Ao final da rota, está sendo construída uma bacia de detenção, no Setor de Embaixadas Norte. Com capacidade para comportar até 96 mil m³ de água, o tanque vai diminuir a pressão do volume de água e reduzir o nível de sujeira que chega ao Lago Paranoá. A estrutura está sendo implantada dentro do Parque Urbano Internacional da Paz.
A escavação da tubulação é feita com o método tunnel liner, que concentra quase todos os serviços no subterrâneo, mitigando transtornos na superfície. “É um método não destrutivo que possibilita o avanço por debaixo da terra. É bastante seguro pois, a cada 46 centímetros avançados, instalamos chapas de aço corrugadas”, esclarece o coordenador do contrato de fiscalização do Drenar DF, Miguel Ferraz. A perfuração do solo é feita de forma manual, com pás e picaretas, em profundidade de até 22 m.
Dia de visita
As obras do Drenar DF recebem visitas semanais desde janeiro do ano passado, quando máquinas e operários entraram em ação. Nesta sexta-feira (8), os servidores da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa-DF) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF) conferiram o andamento do trabalho na bacia de detenção e nos poços de visita. Já é a segunda vez que os dois órgãos são convidados para o encontro com os engenheiros da Terracap.
“Essa é a nossa segunda visita às obras”, contou o superintendente de Drenagem da Adasa-DF, Hudson Rocha. “Todo esse projeto, antes de ser licitado e executado pela Terracap, passou pela equipe técnica da Adasa para analisar a viabilidade do projeto. Durante a execução da obra, verificamos se estão cumprindo o projeto apresentado para a agência para licença. Após a obra, vamos observar as condições de lançamento do volume pluvial no corpo hídrico, observando se atende os padrões de qualidade e quantidade estabelecidos”, explica.
A presidente do Crea-DF, Adriana Resende, afirmou que acredita que os problemas com alagamentos e enchentes, de fato, serão findados. “Futuramente, nós não teremos os problemas que temos hoje. E a posição do Crea-DF é de apoiador, orientador, e de buscar um trabalho que realmente é para beneficiar toda a população de Brasília”, comentou.