O dono da Gol Linhas Aéreas, Henrique Constantino, denunciou a procuradores do Ministério Público Federal que o presidente Michel Temer (PMDB-SP) deu aval para o pagamento de R$ 10 milhões em propinas a correligionários e para eleições de 2012. Parte do montante foi destinada ao ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli como contrapartida por atuação em favor da empresa.
O acerto, segundo relato de Constantino, foi feito com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no dia 19 de outubro de 2016 no âmbito da Operação Lava Jato. Após ter combinado o valor, o empresário encontrou-se com Cunha, Temer e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já preso.
Nada oficial
Na presença do presidente, Cunha não citou propina, mas reiterou o compromisso do grupo empresarial em apoiar o PMDB, o que foi entendido como um acordo entre as partes. A reunião não consta na agenda oficial da Vice-Presidência da República.
A propina foi paga como contrapartida a solicitações do Grupo Comporte – que inclui a Gol Linhas Aéreas – no governo federal e no Distrito Federal. À época, Filippelli era vice no governo de Agnelo Queiroz.
Eleições
Segundo a Folha de S. Paulo, parte da propina de R$ 10 milhões financiava a campanha eleitoral de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012 e cobrava facilitação no acesso do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS). Temer era o principal cabo eleitoral de Chalita.
No início deste mês, Eduardo Cunha protocolou novas perguntas a Temer, testemunha na Operação Lava Jato, na 10ª Vara Federal de Brasília, que envolve a suspeita de corrupção no FGTS. “Vossa Excelência conhece Henrique Constantino? Esteve alguma vez com ele? Qual foi o tema? Tinha a ver com algum assunto ligado ao financiamento do FI-FGTS?”, indagou.} else {