O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, notabilizou-se em seu apostolado pelo acolhimento aos pobres e, mais especificamente nos anos 1960 e 1970, pela proteção aos jovens perseguidos políticos pelo regime militar, salvando muitos deles da morte. Odiado pelos militares, foi fundador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), símbolo da resistência.
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Desde que voltou para o além, entendeu que poderia continuar colaborando, agora pela via mediúnica. Pelo médium Carlos Pereira, já nos brindou com vários livros. No mais recente, \”Em Razão de Viver\”, livre de preconceitos, Dom Hélder escreve sobre os trabalhos que presencia nos Centros Espíritas. Vejamos:
\”… Pouca aproximação tive com o Espiritismo na minha última condição física (…), embora os admirasse (…) por tudo o que faziam, especialmente no que diz respeito aos donativos aos pobres (…), me lembravam os primeiros passos de São Francisco de Assis.
“Visito, vez por outra as casas espíritas. Meu Deus, como operam estas casas de paz! É surpreendente ver a ida e vinda de espíritos irmãos a socorrer outros que ali chegam em condições deploráveis (…). É uma multidão de atendidos nas reuniões desobssessivas, como assim eles denominam (…).
“Destaco esse trabalho para lembrar que Cristo também expulsou demônios e curou cegos e coxos. Possuía na fé o elemento primordial para operar esses milagres e induzia todos a encontrarem a si mesmos.
“Que se deixem de lado os nossos preconceitos e aprenda-se com os espíritas como introduzir em nossas casas de amor o alívio espiritual às criaturas de Deus que nos procuram. Com o devido critério, poder-se-ia estudar uma sistemática semelhante nas nossas Casas Católicas (…).
“Não se escandalizem com minhas palavras. As Casas Espiritas funcionam como pronto-socorros espirituais, ensinando-nos como poderíamos ser mais úteis no trabalho de amor ao próximo\”.