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O empresário Ricardo Pessoa disse aos procuradores da Operação Lava-Jato que as doações que fez para a campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) eram propina. Dono das empreiteiras UTC e Constran e apontado como o líder do cartel de empresas ligado ao esquema de corrupção na Petrobras, o empresário revelou que o dinheiro serviria para manter seus contratos na estatal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O atual governador de Alagoas é filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e recebeu R$ 1 milhão da UTC, uma das empresas de Pessoa. A empreiteira repassou o dinheiro para o diretório estadual do PMDB em duas parcelas, em agosto e setembro. Por meio de sua assessoria, Renan Filho disse à Folha que as doações recebidas por sua campanha em Alagoas foram feitas conforme a legislação.
Desde quarta-feira, Pessoa tem um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Ele se comprometeu a contar tudo o que sabe para diminuir sua pena.
Além de Renan Filho, os depoimentos de Pessoa apontam para outros políticos e para a presidente da República. O empreiteiro disse que suas doações à campanha de reeleição de Dilma Rousseff, num total de R$ 7,5 milhões, foram feitas para evitar prejuízos em seus negócios com a Petrobras. Pelo menos dez congressistas e outro governador também foram citados por Pessoa.
Além da UTC, colaboraram para a campanha de Renan Filho as construtoras OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e Serveng Civilsan, todas investigadas na Operação Lava-Jato.