Proposta ainda será analisada por Rollemberg. Clientes lamentam a perda de mais uma opção para o transporte em Brasília
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A Câmara Legislativa manteve a proibição do uso do aplicativo Uber no Distrito Federal. A matéria foi votada na terça feira (30), por iniciativa do deputado Rodrigo Delmasso (PTN). “Mais uma vez o interesse da população foi posto atrás do interesse político”, protestou a estudante Renatha Amaral. “Eu e minhas amigas não estávamos mais dirigindo nos finais de semana. É muito mais seguro. Os motoristas são confiáveis, o tempo de espera é mínimo e o preço é justo”, completa. A proposta de Delmasso tramitou em tempo recorde e agora depende da sanção do governador Rodrigo Rollemberg.
Renatha conta que o Uber estava mudando a cultura de muitos jovens na cidade. Em Brasília, o aplicativo presta serviço em carros pretos de luxo e com atendimento especial. Segundo o app, todos os veículos têm menos de três anos de uso, banco de couro e ar-condicionado sempre ligado. Não são feitos pagamentos em dinheiro ou com cartão de crédito dentro do veiculo. O valor da corrida é descontado do cartão indicado pelo cliente no momento do cadastro no aplicativo. A tarifa base (similar à bandeirada, nos táxis) é de R$ 4, R$ 0,25 por minuto mais R$ 1,75 por quilômetro. O valor é cerca de 5% mais caro do que os táxis comuns. O programa pode ser baixado gratuitamente em smartphones e tablets.
A proibição foi um pedido dos taxistas que classificam o Uber como transporte irregular e o acusam de roubar seus clientes. Para a presidente do Sindicato dos Permissionários de Táxis do DF, Maria Santana, os motoristas da Uber praticam transporte pirata e, por isso, não podem atuar sem se submeter ao governo. \”Não cumprem lei, não têm subordinados, não são cadastrados. Eles estão roubando nossos passageiros e não pagam nada, como taxas, por exemplo. É uma concorrência desleal.\”
O taxista Ubiratan Ribeiro está na profissão há seis anos. \”Senti uma diferença nas corridas com o Uber e o transporte pirata, principalmente no aeroporto e em hotéis. A fiscalização fica em cima do taxista e esquece os outros\”. Já o motorista cadastrado no Uber, Cláudio Santoro, lamenta o que chama de “projeto contra a modernização do transporte público”. Ele afirma que muitos motoristas compraram carros para trabalhar com o Uber e terão prejuízo.
Outro problema também é a repulsa e, até mesmo a violência dos taxistas, com os outros profissionais. “Meu carro foi arranhado e os carros de outros colegas também foram danificados. Eles não conseguem atender à demanda. Por isso a população nos procura”, conclui.