O número de evangélicos no poder Legislativo em todo o Brasil tem aumentado de forma proporcional ao crescimento da comunidade de fiéis no país. No Distrito Federal, a bancada evangélica também será reforçada na próxima legislatura. Enquanto atualmente quatro deputados distritais têm como base as igrejas que frequentam, em 2015 eles passarão a ter sete representantes, o equivalente a 29% das cadeiras. Além de serem seguidores, três dos eleitos em outubro último são pastores.
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O distrital mais bem votado em 6 de outubro, Júlio César (PRB), é evangélico desde 1992. Diz ter se convertido por causa de problemas familiares. Na época, morava em São Paulo e passou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus da região de Franca. Mudou para Brasília há muito pouco tempo, após conseguir o cargo de secretário de Esportes na administração Agnelo Queiroz (PT), por indicação do partido. Escolheu o templo da 202 Sul para frequentar. Apesar de ter iniciado a trajetória religiosa na Universal, Júlio afirma que não se prende a este segmento e visita com regularidade igrejas de outras correntes. O DF tem aproximadamente 200 igrejas da Universal do Reino de Deus.
Júlio garante, no entanto, que os locais não serviram de palanque para os 29.384 votos recebidos. “Não tenho dúvida de que fazer parte da igreja foi muito positivo porque assim como o esportista se identifica com o candidato do esporte, o evangélico se identifica com você. Contribuiu para meu sucesso nas eleições, mas meu trabalho não foi dentro das igrejas. Foi nas ruas”, argumenta. À frente da Secretaria de Esportes, ficou conhecido por meio de projetos como o Compete Brasília, que, entre outras coisas, financiava as viagens de atletas por todos o país e o mundo.
Já o Bispo Renato, nome que usou na urna e como gosta de ser chamado, será o único parlamentar do PR na Câmara Legislativa do DF. Pastor há 32 anos, evoluiu na hierarquia interna e tornou-se bispo de todas as igrejas Abençoando Nações do Brasil. Essa foi a terceira vez que concorreu e a primeira que conquistou um assento como titular no legislativo. Ele afirma que iniciou a carreira política sem pretensões pessoais. “Em 2006, eu me candidatei apenas para fortalecer a base do Aguinaldo de Jesus, meu colega de igreja, e conseguimos elegê-lo. Na última eleição, fui o 22º mais votado, mas não entrei por causa do quociente eleitoral”, recorda.