Depois do fracasso nas negociações com o governador Rodrigo Rollemberg, a Câmara Legislativa derrubou nesta quinta-feira (12), por unanimidade, o aumento das passagens de ônibus e metrô decretado pelo governador e em vigor desde o último dia 2. A sessão extraordinária, convocada durante o recesso do Legislativo, teve a participação de 18 dos 24 parlamentares.
Para que a suspensão seja efetivada e os preços anteriores sejam retomados, é preciso que o novo decreto seja publicado no Diário Oficial do DF, procedimento que é definido pelo Palácio do Buriti e pode levar até 15 dias. Amanhã (13), o texto deve constar no Diário Oficial da Câmara Legislativa – com isso, Rollemberg já pode recorrer à Justiça para derrubar a decisão dos parlamentares e restabelecer o aumento.
Após uma reunião com distritais no primeiro dia de reajuste, Rollemberg já tinha anunciado que defenderia o aumento das passagens na Justiça. \”Não estamos descumprindo nenhuma disposição legal e, se isso acontecer, iremos questionar a medida da Câmara\”, declarou.
A votação foi acompanhada por um grupo pequeno de manifestantes na área externa da Câmara Legislativa. O ato contou com faixas, cartazes e palavras de ordem contra Rollemberg e a favor da \”tarifa zero\”. Após a aprovação, o grupo comemorou e defendeu que o preço das passagens caísse mais ainda.
Após a votação, o deputado Lira (PHS) defendeu corte no salário dos deputados e também na verba indenizatória. \”Um pouco mais de sacrifício de ambas as partes, poderíamos chegar a tarifa zero\”, afirmou.
\”Toda política pública deve ser voltada para privilegiar a mobilidade do cidadão, e não para privilegiar cinco ou seis empresas que exploram o transporte público\”, disse o deputado Cláudio Abrantes (Rede).
Apesar de votar contra o aumento, o deputado Chico Leite (PT) disse que é contra uma das propostas da Câmara que prevê a criação de estacionamentos pagos no DF. \”Isso seria jogar um problema do transportes para os usuários de carro\”, declarou.
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