A fase de discussão dos senadores no julgamento de Dilma Rousseff (PT) deve durar ainda cerca de oito horas. Até as 18h09, 21 parlamentares falaram sobre suas convicções sobre o crime de responsabilidade atribuído à presidente afastada. Como 66 senadores se inscreveram para discursar, 45 ainda devem subir à tribuna do plenário do Senado.
Cada um fala por dez minutos ininterruptos e improrrogáveis. Como tem ocorrido nos últimos dias de julgamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski – que conduz os trabalhos – concedeu intervalo de uma hora, a partir das 18h10.
Assim, a previsão, até o momento, é que a sessão prossiga até por volta da 1h de amanhã (30), quando deve ser suspensa para ser retomada na manhã desta quarta-feira. No entanto, o período de discussão pode ser ainda maior, porque a lista de inscrição permanece aberta e a qualquer momento os senadores podem pedir para acrescentar seus nomes
Prós e contras – Alguns senadores, como já era esperado, têm posição clara sobre o impeachment e declaram abertamente suas convicções. É o caso de Álvaro Dias (PV-PR), antigo opositor dos governos petistas, que disse ter a certeza de que Dilma cometeu os crimes de responsabilidade dos quais é acusada.
“Crime de responsabilidade porque as pilastras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal foram violadas; porque houve uma afronta à Constituição do país e um atentado contra o Poder Legislativo”, afirmou o parlamentar em seu discurso.
Senadores aliados da petista, como Lídice da Mata (PSB-BA), saíram em defesa de Dilma. Para Lídice, o julgamento faz parte de uma “farsa”. “O impeachment é apenas um instrumento para a consumação do golpe, para entregar o poder a partidos políticos e programas derrotados nas urnas”, afirmou.
Alguns senadores, no entanto, optaram por manter o voto ainda em suspense, como Acir Gurgacz (PDT-RO), que optou por falar sobre as necessidades do país e evitou declarar como votará. “Os empréstimos dos bancos públicos e a edição de créditos suplementares, alternativas contábeis usadas pelo governo para fechar as contas de 2015, que são as questões que fundamentam este processo, são importantes e deveriam ser a base desse julgamento, mas se tornaram secundárias, na medida em que o processo se tornou mais político que jurídico”, disse.
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